Bastos anuncia que campanha do Desarmamento será prorrogada

DOURADOS (MS) - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou ontem, em Dourados, que a campanha de desarmamento será prorrogada por seis meses. Até quarta-feira haviam sido recolhidas 179.101 armas de fogo em todo o País, conforme levantamento da Polícia Federal. A campanha terminaria dia 23 de dezembro.

De acordo com o ministro, o governo deve recorrer a uma medida provisória para estender o prazo, apesar das queixas que o uso freqüente desse instrumento legal vem provocando no Congresso. Bastos foi a Dourados liderando a Caravana do Desarmamento, que já percorreu 25 estados para estimular a população a entregar suas armas.

Mato Grosso do Sul foi o penúltimo Estado a receber a caravana. O último será o Rio de Janeiro, na próxima terça-feira. O ministro foi recebido pelo governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, e liberou R$ 4 milhões para investimentos na área de segurança pública do Estado.

Segundo Bastos, até 23 de dezembro o governo terá superado a meta de 200 mil armas recolhidas em todo o País. Ele rebateu as críticas de que a campanha vá deixar a população à mercê dos bandidos, que continuarão armados.

"É claro que nenhum bandido vai entregar suas armas à polícia. Mas a campanha é para reduzir a violência, evitando que pessoas de bem cometam crimes de forma banal", argumentou Bastos, citando como exemplo crimes domésticos e discussões no trânsito que acabam em morte.

"Além disso, as estatísticas mostram que em nove entre 10 situações as armas das pessoas de bem são tomadas por bandidos. Então, elas vão acabar nas mãos dos bandidos." Somente em 2003, informou, foram gastos R$ 400 milhões na rede pública de saúde no atendimento de pessoas feridas a bala. "É mais do que o País gastou com o combate a qualquer epidemia."

Delegacia

No Mato Grosso do Sul, o ministro da Justiça também inaugurou a maior delegacia de fronteira da Polícia Federal, especializada em narcotráfico. O município de Dourados faz fronteira com o Paraguai, maior produtor de maconha da América do Sul e rota da cocaína colombiana. Boa parte da droga consumida no Brasil entra no País pela fronteira com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

Na inauguração, o ministro disse ter muito orgulho da PF e que a política de segurança do governo é uma política de Estado, porque nem persegue nem protege ninguém. "Tem uma verdadeira dimensão republicana."

Thomaz Bastos visitou a aldeia indígena Panambizinho, da etnia guarani-caiuá, com 1.240 hectares, demarcada no atual governo. O processo vem de 1995. O governo que recomprar a terra de colonos e agricultores para devolvê-la aos índios, seus proprietários originais, que viviam em conflito na luta pela retomada de suas terras.

Fonte: Copyright© 2001 Tribuna da imprensa

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