POLÍCIA FEDERAL
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FENAPEF no Congresso Iberoamericano sobre Assédio Moral

16/10/2015

FENAPEF no Congresso Iberoamericano sobre Assédio Moral

    

Entre os dias 08 e 11 de outubro foi promovido em Florianópolis, o III Congresso Iberoamericano sobre Assédio Moral e oIV Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho, na Universidade Federal de Santa Catarina. Representando a Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef, estiveram presentes o Diretor de Relações do Trabalho Alexandre Ferreira e o Diretor de Estratégia Sindical José Carlos Nedel.

 

 

Especialistas de diversas áreas como psicólogos, juristas, assistentes sociais, entre outros e ainda estudantes, sindicalistas e pesquisadores brasileiros e estrangeiros da Argentina, do Chile, da Venezuela, do Peru, da Colômbia, do México, de Cuba, do Equador, de Costa Rica, do Uruguai, da Espanha e do Canadá participaram do evento apresentando suas pesquisas e a realidade do assédio moral em seus países.

 

 

Segundo os palestrantes estrangeiros os sindicalistas brasileiros estão muito mais bem organizados em torno da temática assédio moral no trabalho do que os de seus países de origem.

 

 

Para Nedel o evento foi uma excelente oportunidade para adquirir conhecimento e para formar uma rede de relacionamentos para a construção de estratégias de combate à prática do assédio moral no ambiente de trabalho.

 

 

O evento foi divido entre palestras, conferências, minicursos e mesas de debates com temática relacionada ao assédio moral nas administrações pública e privada, como a contextualização histórica, social e econômica, as suas práticas, os aspectos jurídicos, as consequências, a prevenção, os fatores psicossociais, as formas de discriminação como fator essencial, os riscos, a etimologia, os direitos humanos, os suicídios e os relatos de vivências do assédio.

 

 

Durante o evento foram apresentados diversos trabalhos acadêmicos nacionais e internacionais, bem como houve o lançamento e apresentação de livros que tratam do tema.

 

 

Na visão dos pesquisadores e acadêmicos o assédio moral tem como pano de fundo o modo de produção econômico e está relacionado à cultura organizacional e ao modelo de gestão da instituição. Tanto o assediado quanto o assediador são vítimas do sistema voltado a produzir o máximo em menor tempo possível, com obtenção de lucros excessivos, com metas a serem cumpridas e não preocupados com a saúde do trabalhador, ou com a qualidade do ambiente de trabalho e das relações interpessoais. Os trabalhadores perdem a condição de humanos e passam a ser considerados recursos, máquinas, descartáveis que devem ser usados até o esgotamento, sendo imposta a ideia de que quem trabalha e produz mais é melhor do que o outro, fomentando a competitividade entre os indivíduos e muitas vezes humilhando aqueles que cumprem e cobram seus próprios direitos e coletivos, garantidos por lei.

 

 

“O Congresso Iberoamericano superou todas as minhas expectativas. O conteúdo apresentado e a qualidade dos palestrantes foram o grande diferencial. Partindo da visão sistêmica apresentada pelos estudiosos, ficou mais fácil visualizar que os eventos, em princípio desconexos, fazem parte de um processo de assédio moral coletivo bem característico nas relações profissionais do Departamento de Polícia Federal”, comentou Ferreira.

 

 

A participação da FENAPEF no seminário chamou a atenção dos organizadores e participantes pelas intervenções realizadas por seus dirigentes, quando tiveram a oportunidade de expor os problemas enfrentados pelos policias federais de todo o Brasil, principalmente quanto aos estarrecedores números de casos de suicídios envolvendo os servidores da Polícia Federal.

 

 

Ao final do evento as entidades sindicais presentes, incluindo a FENAPEF, redigiram uma carta onde firmaram o compromisso de criação de uma rede sindical nacional de combate ao assédio moral, assumiram o compromisso de fortalecer o debate do tema no meio sindical, prometeram construir ações unificadas para o combate desta violência, denunciando aos órgãos internacionais as práticas antissindicais de criminalização e judicialização do movimento sindical e as práticas antidemocráticas do Congresso Nacional brasileiro quanto à tentativa de precarização dos direitos do trabalhador, das condições e das relações do trabalho. Como por exemplo, o projeto de lei de terceirização do trabalho, seja na atividade fim ou meio.

 

 

A FENAPEF avalia que acertadamente se fez representada no Congresso Iberoamoricano e acredita estar no caminho certo para combater o assédio moral na Polícia Federal. Por isso, continuará participando e promovendo, junto com os sindicatos afiliados, de eventos que tratam deste assunto Brasil afora, além de tomar providências para acabar com esta violência contra seus representados.


 

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais