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Greve nos bancos completa 18 dias e revolta clientes

05/10/2004

Greve nos bancos completa 18 dias e revolta clientes A greve dos bancários, que nesta segunda-feira completou 18 dias em Campo Grande, gera revolta de clientes que estão sendo prejudicados com a paralisação. Em agências da Capital, o que se vê são filas e tumultos, pessoas que tentam sem sucesso fazer operações bancárias como descontar cheques, sacar dinheiro e até receber benefícios previdenciários.

Fonte:Site Campo Grande News.
Na agência da Caixa Econômica Federal da Rua 13 de Maio, no início da tarde de segunda-feira, ao menos 500 pessoas estavam em filas nos caixas de auto-atendimento, que por quatro horas ficaram inoperantes.
Na esquina da Rua 13 de Maio com a Avenida Afonso Pena, onde funciona o Banco do Brasil, clientes tentando entrar na agência para descontar cheques e fazer pagamentos são obrigados a esperar em longas filas sem ter a certeza do atendimento.
O que se ouve no local é a frase “o senhor tem que aguardar na fila e se for possível será atendido”. Maria Insfran, 35 anos, estava há pelo menos uma hora na fila de uma das agências da CEF. Ela tentava sacar dinheiro e já foi informada que a operação poderia ser feita somente no dia seguinte.
“Vou continuar esperando porque preciso fazer o saque, acho um absurdo não poder fazer uma operação tão simples”, disse a cliente.
Conforme o gerente de mercado da CEF, Augusto Vilhalba, o sistema deveria voltar ao normal até a noite de segunda-feira e a orientação é para que os clientes voltem na terça-feira. Mesmo assim, muitos continuam esperando porque precisam fazer pagamentos, dar entrada em benefícios sociais e sacar dinheiro.
No Banco do Brasil, a explicação sobre filas e a resposta para diversas reclamações foi diferente. De acordo com a assessoria de imprensa do banco, os funcionários do local estão fazendo triagem antes do atendimento e, por isso os clientes precisam ficar nas filas a espera de uma decisão da gerência.
Segundo a mesma fonte, apenas pessoas com contas vencendo hoje e casos mais urgentes recebem atendimento.
A explicação foi contestada por vários clientes que esperavam no local. Jonas Nogueira, de 23 anos, diz que muitos chegam e são logo encaminhados para a gerência. “Eles estão escolhendo os clientes e nós temos de ficar esperando sem garantia de atendimento. Estou a quase duas horas aqui”.
No Sindicato dos Bancários da Capital a posição é a mesma desde o início da greve. Segundo o vice-presidente da entidade, José dos Santos Brito, enquanto os banqueiros não retomarem as negociações a paralisação não chega ao fim. De acordo com Brito, o TRT deve marcar uma audiência conciliatória ainda sem data definida para que banqueiros e bancários cheguem a um acordo.
A categoria está pedindo reajuste de 25%, além de gratificação fixa de R$ 30,00 para os trabalhadores que recebem até R$ 1,5. A Fenaban (Federação dos Bancos) oferece 8,5% de reajuste.
O maior golpe contra os grevistas partiu do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que envia funcionários às agências para fiscalizar o cumprimento da escala de 30% dos bancários, determinada por liminar concedida ao MPT (Ministério Público do Trabalho). A decisão fez o movimento grevista enfraquecer.
Caso a decisão judicial esteja sendo descumprida, a multa é de R$ 20 mil por dia. O problema é que, mesmo com o tumulto e a reclamação dos clientes, os bancos dizem que estão fazendo o atendimento e em todas as agências a escala está sendo cumprida.

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais