POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Carta denuncia ‘farra da diária’ na PF »

10/06/2011

Carta denuncia ‘farra da diária’ na PF » De acordo com a Parabólica, no dia em que a Superintendência da Polícia Federal divulgou a desativação do posto da operação Sentinela em Jundiá, na divisa com o Amazonas, um carta enviada ao jornal tornou público um suposto esquema intitulado “farra de diárias”. A desativação do posto foi justamente por não haver mais recurso para pagar o benefício, mas fontes da PF afirmam que, antes disso, havia pagamentos suspeitos. A Coluna recebeu uma carta anônima relatando a denúncia. Policiais lotados em Boa Vista eram enviados para o posto em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, enquanto os que eram lotados na Delegacia de Pacaraima eram envidados para o Jundiá ou para Boa Vista a fim de executar atividades da operação Sentinela. “O correto seria que o servidor de Boa Vista ficasse na capital mesmo ou fosse para Jundiá, permitindo que os de Pacaraima ficassem na própria cidade, onde não ocorreria a obrigação de pagamento de diárias”, diz o documento. Esses deslocamentos de servidores geravam pagamento, pela União, de diárias para missões que duravam aproximadamente 15 dias ou até mesmo 90 dias, no caso de servidores de outras unidades do país e os de Roraima que tinham suas missões renovadas. Outro ponto destacado no documento é que a legislação sobre pagamento de diárias diz que onde há alojamento e transporte, o servidor faz jus à metade do valor da diária. “Nos postos de Jundiá e Pacaraima são disponibilizados alojamento da PF e transporte em veículos oficiais, o que obrigaria emissões de pagamento de 50% do valor das diárias”, frisa a denúncia. Na carta, o denunciante ainda aponta que os profissionais envolvidos na operação não possuem habilidade específica, o que reforçaria, em tese, não haver necessidade para a troca de servidores nas três cidades onde a Sentinela era desenvolvida. “Há relatos de que esta forma é usada para fazer com que as diárias sejam um ‘incentivo’ para os policiais que são deslocados de suas unidades para trabalhar na operação”, diz a carta. Superintendente nega irregularidade O superintendente em exercício da Polícia Federal, Alan Gonçalves, negou que exista qualquer irregularidade no pagamento de diárias da operação Sentinela. A remoção dos policiais e todos os custos da operação, segundo ele, estavam previstos no planejamento estratégico, que foi aprovado pela cúpula da PF, em Brasília. Enfatizou que o pagamento da diária é para custear todas as despesas dos policiais e que, ao ser removido para uma operação desse porte, o profissional tem maior rendimento e a carga de trabalho é ampliada, resultando até em uma economia para os cofres públicos. Gonçalves destacou que desde o ano passado já foram realizadas durante a Sentinela mais de 400 mil abordagens, 174 prisões, 47 deportações e diversas apreensões de drogas, armas, produtos contrabandeados e mercúrio, utilizado em garimpos ilegais. Em razão de um corte no orçamento do governo federal, que afetou as ações de fiscalizações na fronteira, várias atividades foram prejudicadas. No ano passado foi encerrada a fiscalização da operação Sentinela que era realizada depois da ponte dos Macuxi, na entrada de Boa Vista. Há duas semanas foi desativado outro posto, no Jundiá. Estão em atividade apenas os postos situados em Bonfim, fronteira com a Guiana, e em Pacaraima, fronteira com a Venezuela. “Lamentavelmente que esses postos foram fechados. Desde o início da operação não houve mais assalto a banco, sequestro relâmpago nem furto de veículos do tipo Corola, preferido por assaltantes. Fechamos o corredor entre o Amazonas e Roraima, por onde transitavam os criminosos”, explicou o superintendente em exercício. O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em Roraima, Fernando Cezar Meneses, também saiu em defesa da instituição quanto à legalidade do pagamento das diárias. Igualmente ressaltou os benefícios que a Sentinela trouxe para o Estado, com a redução do índice de criminalidade. Disse que o rodízio de servidores era necessário porque se aproveitava ao máximo os policiais, já que não tinham folgas, porém em contrapartida recebiam diárias. Além disso, evitava uma possível promiscuidade no serviço público, já que os policiais que são lotados em outras cidades não conhecem os moradores de onde vão desenvolver o serviço. Ele acrescentou que os policiais federais que atuam na operação Sentinela fazem jus ao pagamento de 100% das diárias porque, mesmo que tenham direito a alojamento, são os responsáveis pela manutenção, com a realização de limpeza, troca de lençóis, sem falar da alimentação e outras despesas que surgem em razão do deslocamento. “Não houve nem há nenhuma irregularidade. Tudo o que está sendo feito é para manter a operacionalidade da fiscalização, compatível com o nosso efetivo”, frisou o sindicalista. Fonte: Folha de Boa Vista

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais