Corte de gastos pode reduzir número de seguranças do juiz Odilon de Oliveira

Uma resolução do governo federal determinando o corte de gastos nas polícias federais de todo o Brasil causou mal-estar no Sindicato da classe em Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS). Além de refletir em todos os setores operacionais da PF, como viagens, abastecimento e formação de novos agentes, a contenção de verbas pode tirar dois terços da segurança particular do juiz federal Odilon de Oliveira, conhecido por atuar no combate ao crime organizado na região de fronteira com o Paraguai. “Parece que o crime organizado avança e o governo é omisso”, critica o presidente do Sinpef, Jorge Caldas, que esteve reunido na tarde desta sexta-feira com o juiz, em Campo Grande. “Sem contar o bem que o juiz faz para a sociedade. Temos que lutar pela preservação e pela segurança de um juiz como ele”, comenta. Segundo Caldas, uma “crise” parecida aconteceu em 2008. Na ocasião, também por conta de um corte de verbas, a segurança do titular da 3ª Vara da Justiça Federal quase foi cancelada, mas a situação foi contornada pelo sindicato. Desta vez, o governo encontra dificuldades para bancar as diárias dos agentes que cuidam da segurança do juiz. Odilon vive sob forte escolta de policiais federais desde 1998. Isso porque já confiscou de criminosos mais de R$ 4 bilhões, várias fazendas, mansões, aeronaves e dezenas de veículos. Sentindo as perdas, o crime organizado passou a ameaçar o juiz através de cartas e ligações anônimas. Em 2009, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. “Isso reflete o descaso do governo. Não temos recursos para desempenhar as funções. A Polícia Federal está sucateada”, diz o Caldas. O gasto com os agentes, segundo Gilson Moura, vice-presidente do sindicato, não representa “nem 1%” do retorno que a PF dá para a União. “É um valor irrisório”, critica. O diretor de Relações do Trabalho da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Francisco Sabino, que há pouco esteve em Mato Grosso do Sul, condena o corte de recursos na Polícia Federal. “O corte no orçamento está inviabilizando várias atividades da Polícia Federal e colocando em risco a vida de pessoas como a do juiz Odilon e de nossos colegas”, disse, em entrevista ao site oficial do órgão. O diretor questiona as possíveis consequências da medida. “Quem irá ser responsabilizado caso alguma coisa aconteça com o juiz ou com de nossos policiais federais?”. O juiz Odilon não quis comentar o caso. Manifestação O Sinpef realizará na próxima segunda-fera pela manhã, em frente a Superintendência Regional da Polícia Federal, em Campo Grande, uma manifestação contra a política adotada pelo governo. Na ocasião, agentes vão se vestir de preto representando luto no dia do aniversário da classe. Fonte: Midiamax

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