Novo ministro da Justiça anuncia mais fiscalização na fronteira
Uma das primeiras ações do futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, será comandar uma reunião com os governadores e os secretários de Segurança dos estados para estruturar uma política conjunta de combate à criminalidade. Cardozo disse ontem que o governo federal vai atuar em três frentes: na articulação com estados e municípios, numa maior fiscalização das fronteiras brasileiras e no aprimoramento do setor de inteligência. A prioridade da pasta será fortalecer a segurança pública e combater o crime organizado.
- Vamos fazer um encontro com governadores e secretários de Segurança para discutir uma estratégia de segurança pública que não fique no lugar comum. Temos de investir em propostas comuns e na articulação com os governadores, independentemente de cores partidárias - disse.
Confirmado no cargo ontem pela presidente eleita, Dilma Rousseff, Cardozo foi o principal conselheiro da campanha petista na área de segurança. Para ele, embora constitucionalmente a segurança pública seja uma atribuição dos estados, o governo federal não pode ficar alheio aos problemas de violência registrados em todo o país. Cardozo disse que sua missão no ministério será aplicar as diretrizes estabelecidas no programa de governo de Dilma, que ele próprio ajudou a formatar.
- Segurança pública e combate ao crime organizado são as nossas prioridades. Embora a segurança seja uma tarefa dos estados, o governo federal tem um papel a cumprir, na articulação com os estados e municípios, na fiscalização das fronteiras e no aprimoramento da nossa inteligência - afirmou o petista.
O futuro ministro disse que ainda não decidiu os nomes para os principais cargos do Ministério da Justiça nem para a direção da Polícia Federal, hoje comandada por Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo ex-ministro Tarso Genro, que foi eleito governador do Rio Grande do Sul. Mas repetiu o discurso da presidente eleita de que será necessário, além de qualificação técnica, um histórico de seriedade.
- Não tenho nenhuma definição para os cargos. Mas é fundamental para ocupar os cargos-chave combinar perfil técnico adequado, perfil político adequado e seriedade - afirmou Cardozo.
Ele disse ainda que, além das questões de segurança pública, o Ministério da Justiça vai tratar do debate para renovação da legislação brasileira, especialmente dos Códigos de Processo Penal e de Processo Civil.
O futuro ministro afirmou ainda ser uma honra integrar o Ministério de Dilma "pela identidade com o programa e o respeito pela presidente". Disse também se sentir orgulhoso de suceder aos três ministros do governo Lula - Márcio Thomaz Bastos, Tarso Genro e Luiz Paulo Barreto -, que chamou de mestres.
- Vou me dedicar ao máximo para atender à expectativa e cumprir o programa de governo. Tenho a certeza de que a presidente fará um grande governo - afirmou.
Primeira escolha
exclusiva de Dilma
Cardozo é o primeiro ministro de escolha exclusiva de Dilma e que não ocupou cargo no governo Lula. Embora tenha sido frequentemente lembrado para o cargo durante os oito anos de Lula, Cardozo não é homem de confiança do presidente e não conseguiu galgar postos de relevância nos dois mandatos de deputado federal. Ele tinha planos de presidir a Comissão de Constituição e Justiça, ser líder do PT e até comandar a Câmara, mas não conseguiu apoio no partido.
Neste ano, anunciou que não disputaria as eleições, dizendo-se decepcionado com o Parlamento e com a falta de interesse dos colegas para levar adiante a reforma político-partidária. Depois de disputar a presidência do PT contra José Eduardo Dutra, ficou com o cargo de secretário-geral do PT e acabou na coordenação da campanha de Dilma. Ao longo de três meses de campanha, aproximou-se da candidata e formou com Dutra e Antônio Palocci um grupo chamado pela própria Dilma de "três porquinhos".
Fonte: O Globo
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