Superintendente quer mandar presidente de sindicato para bem longe »
Imagine a seguinte cena: uma liderança sindical na Polícia Federal está na fila do aeroporto e chegam dois delegados. Nas mãos das autoridades um documento onde o Superintendente, que é candidato a diretor-geral, designa a liderança para o interior do Amazonas. Objetivo dos delegados é fazer o sindicalista assinar o tal documento. Claro, a policial não assinou.
Por mais estranha que possa parecer a cena aconteceu nesta terça-feira, 23, às 5h da manhã no aeroporto de Salvador com a presidente do Sindicato dos Policiais Federais na Bahia, Rejane Peres Teixeira. A ideia do Superintendente Regional da PF no estado José Maria Fonseca era inicialmente mandar Rejane para Tefé no Amazonas por 60 dias. Depois da morte dos dois colegas no estado, ele quer designar a policial para Tabatinga afastando-a da presidência da entidade.
Rejane é uma mulher forte e uma policial de garra. Desde que assumiu a frente do Sindicato na Bahia tem apontado problemas enfrentados pelos policiais. Uma de suas primeiras denúncias, que ganhou repercussão nacional, foi a falta de efetivo na Polícia da Bahia. Depois ela denunciou o problema técnico com algumas pistolas adquiridas pelo DPF sem que fosse feito o recall no equipamento.
Como houve repercussão na mídia, a administração resolveu abrir processo disciplinar contra a presidente. A intenção dos administradores de plantão não foi adiante já que não havia base legal para tanto. Rejane por sua vez, juntou os documentos e ingressou com um processo por assédio moral contra a Superintendente.
RESPOSTA - Como deveria ir para Manaus em uma AGE promovida pela Fenapef a presidente encaminhou ofício para o representante do diretor-geral no estado. Ao melhor estilo “autoritário” o superintendente negou. Rejane recorreu ao diretor-geral para que fosse liberada. Foi então que o delegado José Maria Fonseca teve uma ideia brilhante. Liberou a sindicalista para ir à AGE e definiu que ela já deveria ficar no Amazonas e se apresentar em Tefé, fazendo um “chupa-cabra” na passagem aérea paga com dinheiro dos sindicalizados.
A instauração de PAD contra policiais na gestão do diretor Luiz Fernando Corrêa não chega a ser novidade. Os PAD´s na administração de LFC brotam que nem erva daninha, por todos os cantos de DPF. Escrever artigo, responder mal a delegado, criticar o IPL, tudo é motivo para colocar a cabeça do policial na guilhotina.
Agora o homem de confiança do diretor-geral na Bahia ressuscita a famigerada perseguição à sindicalistas do DPF. Na gestão anterior (do delegado que não devemos citar o nome) isso era moda. Em pleno governo Lula o DPF demitiu um sindicalista de valor que ousou peitar alguns administradores em Roraima que gostavam de guardar dinamite embaixo de escada.
Segundo o secretário-geral da Fenapef, João Valderi de Souza, a Fenapef e os sindicatos estã atentos a situação na Bahia. "Já levamos a situação a alguns deputados federais e vamos denunciar o Superintendente ao Ministério Público e ao ministério da Justiça", diz Valderi.
LEMBRANÇA
No plebiscito realizado pela Fenapef o superintendente da Bahia, que quer ser diretor-geral, foi eleito o 6º mais impopular do Brasil.
Fonte: Agência Fenapef
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