Fenapef pede redução de jornada de trabalho dos escrivães
A Federação Nacional dos Policiais Federais protocolou nesta sexta-feira, 5, no Departamento de Polícia Federal, um ofício onde requer a redução da jornada de trabalho dos escrivães de Polícia Federal para 6 horas. O motivo é o grande número de profissionais que apresentam Lesões de Esforço Repetitivo (LER) decorrentes do excesso de cargas de IPL’s na atividade policial cartorária. No documento, a Fenapef também denuncia a falta de prevenção das doenças decorrentes desta atividade.
Não é de hoje que os escrivães de Polícia Federal vêm sendo submetidos a jornadas de trabalho muito além do que deveriam exercer, afetando diretamente a saúde destes servidores. Segundo a diretoria de Relações do Trabalho da Fenapef, os escrivães são submetidos a um excesso de atividades cartorárias, especialmente, no uso contínuo das atividades de digitação.
No documento, a Fenapef chama a atenção para a penosidade da continua função de digitação e recebimento de irradiações do monitor de vídeo, que ocasionam o desgaste da visão e o risco de contrair doença profissional conhecida por tenossinovite, causadora de inflamação da bainha dos tendões.
A Síndrome da Tenossinovite Ocupacional atualmente é considerada doença do trabalho pela Previdência Social. “O volume crescente dessa doença impulsionou os estudos ergonômicos das medidas preventivas mais indicadas, que acabaram consagradas pela Portaria 3.751/90 do Ministério do Trabalho”, diz Francisco Sabino, diretor de Relações do Trabalho.
Em outra portaria, o próprio ministério do Trabalho estabelece os limites de tolerância para evitar as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) dos digitadores: números de toques por hora trabalhada não superior a 8.000; tempo máximo de cinco horas de trabalho efetivo na entrada de dados e intervalo de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados.
Sabino revela que em alguns estados da Federação os administradores da Segurança Pública, reconhecendo a complexidade do trabalho do escrivão de polícia, que sofrem com a sobrecarga de trabalho, determinaram administrativamente a adequação da jornada de trabalho desses servidores para o máximo de 6 horas diárias.
PREVENÇÃO – Em outro documento também endereçado ao diretor-geral, a Fenapef requer que sejam implantandas em todas as Superintendências Regionais equipes multidisciplinares, aproveitando a área destinada ao serviço médico já existente. O objetivo é melhorar as condições de trabalho para escrivães e outros servidores submetidos a condições análogas.
Francisco Sabino frisa que em todo o mundo as organizações tem como principal política de trabalho o investimento no servidor. “No DPF ainda temos condições de trabalho que não se adequaram aos novos tempos submetendo centenas de trabalhadores a situações que podem levar a graves doenças”, diz.
Fonte: Agência Fenapef
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