Na PF mérito não vale um tostão furado »
A participação do diretor-geral do Departamento de Polícia Federal Luís Fernando Correa na audiência pública que debateu a lei orgânica da Polícia Federal, prevista no Projeto de Lei 6493/09 deixou uma sensação estranha: a de que ele fala, fala e não diz nada. Para Luis Fernando a reestruturação da PF passa pelo marco legislativo.
Ocorre que em sua fala o diretor-geral ressaltou que na reestruturação da Polícia Federal serão criadas uma série de chefias. Como no “marco legislativo” agentes, escrivães e papiloscopistas só executam é possível deduzir que as chefias serão ocupadas somente por delegados. “Uma instituição em que há reserva de chefias somente para um segmento de seus servidores está fadada ao fracasso e a desmotivação de seus quadros”, criticou o presidente da Fenapef, Marcos Wink, que acompanhou o encontro.
O mais estranho é que em seu discurso o diretor se referiu a meritocracia dentro da Polícia Federal. Se existe um órgão neste país onde o mérito não vale uma moeda furada é o DPF. “Se o mérito vale alguma coisa, como explicar o fato de um delegado em início de carreira, sem nenhuma experiência no fazer policial chefiar agentes experientes e muitas vezes com mestrado, doutorado nas suas áreas de conhecimento”, diz Wink.
Na audiência pública o diretor-geral disse que a PF é eminentemente judiciária. A declaração do diretor causou estranheza nos policiais presentes e em alguns parlamentares. Ao dizer que a função da PF é eminentemente judiciária o diretor faz o caminho em direção à burocracia esquecendo a missão constitucional da PF no combate ao tráfico, nas fronteiras, portos e aeroportos.
Mas nem toda fala do diretor-geral foi sem sal. Prova disso foi o apelo de Luis Fernando para que seja aprovado um novo plano de cargos e salários para o órgão. A proposta está em estudo no Ministério do Planejamento. "Só teremos uma política de pessoal eficiente quando recompensarmos os bons servidores com a remuneração adequada”, disse o diretor.
Os diretores de estratégia Sindical Paulo Paes; de Seguridade Social; Naziazeno Florentino dos Santos; Jurídico Adjaci Florentino dos Santos e o secretário-geral, João Valderi também acompanharam a audiência.
Novas audiências
A comissão especial fará audiências públicas com representantes de entidades de classe e de sindicatos de todas as categorias da Polícia Federal e da PCDF, em datas e locais a serem definidos. "Precisamos conhecer a opinião dos diversos profissionais sobre o projeto", justificou o autor do requerimento, deputado Celso Russomanno (PP-SP).
Fonte: Agência Fenapef com Agência Câmara
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