Tarso Genro deixa governo de olho nas eleições
Em seu último dia no cargo, ainda polêmico, o ministro da Justiça, Tarso Genro, acrescentou terça-feira um ingrediente de duplo efeito no confronto aberto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na sucessão presidencial. O ministro reconheceu que o avanço do combate à corrupção no Brasil e a fase “republicana” vivida pela Polícia Federal foram iniciados no governo Fernando Henrique Cardoso, a quem saudou como “a principal personalidade política da oposição”, mas depois alfinetou.
– Ele sinaliza um rumo. É uma voz forte numa oposição sem rumo. É importante que ele participe do debate nacional e defenda com dignidade seu governo. O estranho é que seus companheiros não o defenderam e não o acolheram como nós acolhemos o Lula – disse o ministro, que quarta-feira transmite o cargo ao atual secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
Genro acha que a presença do ex-presidente “eleva o patamar democrático do debate”, mas afirma que as expressões usadas para criticar o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, candidata do governo, são duras demais e não combinam com a trajetória de Fernando Henrique – um político sedutor, normalmente avesso a ataques. O ministro contou que almoçou com o ex-presidente há três meses em São Paulo e que ficou com uma boa impressão sobre seu empenho em ajudar o país a implementar uma nova política anti-drogas. FH integra grupo que luta pelaa descriminalização do consumo de drogas.
Genro deixa quarta-feira o cargo para se dedicar exclusivamente à organização de sua campanha a governador no Rio Grande do Sul, onde as pesquisas de opinião mostram uma polarização com seu principal adversário, o atual prefeito José Fogaça (PMDB). O ministro admitiu que a disputa será “parelha”, sem favorito, mas garantiu que, se depender dele e em nome dos interesses nacionais do PT, Dilma terá dois palanques no estado.
– Não há problema em Dilma ter lá dois palanques. Essa visão, de coalizão nacional, já deveria estar contida na reforma política. Tomara que (os dois palanques) ocorra no Rio Grande do Sul – disse Genro.
O ministro disse que, se depender do PT, a campanha eleitoral deste ano em todo o país será de alto nível. Ele acha que a presença de Fernando Henrique pode ajudar a elevar o patamar do debate, mas não acredita que o confronto entre os governos do PSDB e PT terá um papel secundário na campanha.
– O indivíduo retiraria das eleições as questões programáticas – disse o ministro. Segundo ele, vencerá quem tiver um programa.
Fonte: Jornal do Brasil
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