PF troca chefes paulistas

BRASÍLIA - A Polícia Federal deve anunciar a substituição de sete delegados que ocupam cargos de chefia em São Paulo. A troca é um pedido do próprio superintendente da PF no Estado, Francisco Baltazar da Silva, que tenta com a iniciativa manter-se no cargo. Amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele está desgastado na corporação.

A lista de delegados que devem ser dispensados inclui os chefes dos principais setores da PF paulista (as delegacias de Polícia de Imigração, de Repressão a Crimes Financeiros, de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas, de Defesa Institucional, de Crimes Fazendários e de Crimes Previdenciários, por exemplo).

Os nomes foram enviados ao Ministério da Justiça e incluem o delegado regional executivo, Luiz Roberto Martins. A PF de São Paulo ainda não escolheu os delegados que ocuparão os caros. Baltazar age com total independência em relação à PF em Brasília.

O excesso de independência do superintendente, contudo, não resultou na prisão de delinqüentes indicados para cargos em São Paulo. Quem mais identifica delegados corruptos hoje na PF paulista são superintendências de outros Estados e a área de inteligência em Brasília. Há duas semanas, a PF prendeu dois delegados federais e um agente em Ribeirão Preto (SP), envolvidos com corrupção. Os delegados Wilson Perpétuo e José Bocamino, que chefiavam a delegacia da PF em Ribeirão, foram presos por suspeita de envolvimento com uma quadrilha ligada à distribuição de combustíveis e cargas roubadas.

As operações Shogun e Anaconda também identificaram vários policiais e delegados acusados de envolvimento com o crime organizado, todos subordinados a Baltazar. O superintendente só ficou sabendo das operações algumas horas antes de deflagradas.

Apesar do desgaste do superintendente - que foi segurança pessoal de Lula nas campanhas políticas - o PT insiste em mantê-lo no cargo. A iniciativa do superintendente em pedir o afastamento de toda a sua equipe de chefes foi recebida de forma positiva dentro da PF.

- Antes tarde do que nunca! - brincou um delegado da cúpula da PF.

Hugo Marques

Fonte: Agência JB

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