O motivo da PGR
Embora as disputas de poder entre a Polícia Federal e o Ministério Público sempre tenham existido (leia aqui e aqui), a guerra atual, em torno da operação Lava-Jato, esquentou por outro motivo. Por trás dela está a chamada PEC da Autonomia.
Sonhado por dez entre dez delegados e execrado por dez entre dez procuradores, o projeto propõe dar autonomia administrativa, funcional e orçamentária à Polícia Federal.
Ao tomar conhecimento da movimentação de representantes da categoria pelo Congresso (leia mais aqui), a PGR decidiu colocar o pé no acelerador e peitar uma briga que, cedo ou tarde, seria detonada.
Na quarta-feira passada, por exemplo, no mesmo dia em que Teori Zavascki atendeu a pedido de Rodrigo Janot para suspender os depoimentos da Lava-Jato, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio, esteve, mais uma vez, no Congresso. Reuniu-se com Humberto Costa para defender a PEC.
Há uma semana, Leôncio também esteve com Eduardo Cunha, fazendo um discurso semelhante. Na semana anterior, sua visita foi a Arthur Lira, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Os três parlamentares são investigados na Lava-Jato.
Leôncio nega que tenha conversado sobre a Lava-Jato em qualquer um dos seus encontros com os congressistas. Muitos políticos, porém, dizem o contrário.
Diz Leôncio:
- Se a PGR seguir o exemplo dos procuradores nos inquéritos policiais da Lava-Jato em Curitiba, que respeitam a autonomia do trabalho da Polícia Federal, haverá os mesmos bons resultados.
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