POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Tráfico de armas, a prioridade

09/01/2003

Tráfico de armas, a prioridade BRASÍLIA - O novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, vai se concentrar no combate ao contrabando de armas. Em uma posse disputada por mais de 500 pessoas, Lacerda anunciou a criação de uma coordenação específica de repressão a armas ilícitas. Estados como o Rio de Janeiro, onde o problema é mais grave, ganharão delegacias especializadas de repressão a armamentos.
Para Lacerda, crimes mais graves como tráfico de drogas, assaltos, seqüestros e roubo de cargas acontecem em boa medida pela facilidade de acesso às armas. Segundo o delegado, não é admissível assistir sem nenhuma reação ao que acontece no país.

- Há exibições públicas de marginais fortemente armados nas grandes cidades, fechando ruas para assaltar, portando sofisticadas armas de uso em guerras e guerrilhas.

O setor de armas ilícitas deverá ficar incorporado à atual Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado, que será reforçada. Lacerda afirmou que a PF, ao combater tráfico de armas, irá se defrontar com o envolvimento de policiais civis, militares, federais, guardas de segurança privada e até integrantes das Forças Armadas.

O novo diretor abordou também a polêmica em torno da investigação do contrabando de armas. Os calibres proibidos, lembrou ele, são controlados pelas Forças Armadas. Mas Lacerda deixou claro que não vai ficar de braços cruzados enquanto os bandidos utilizam armamentos pesados.

- Enquanto os anos passam e ficamos a discutir aspectos jurídicos de competência, as quadrilhas estão cada vez mais armadas e levando pânico à população - disse.

Para o ministro da Justiça, Paulo Thomaz Bastos (foto), a segurança pública virou gênero de primeira necessidade no País. Bastos pregou mudanças em prol de ‘‘milhões de destituídos carentes de segurança pública‘‘.

Outra meta da administração Lacerda será a expulsão de maus policiais. Ele prometeu esforço para identificar desonestos e corruptos na corporação e pregou o fortalecimento da Corregedoria da PF.

- É preciso identificar em servidores suspeitos os sinais exteriores de riqueza incompatível e proceder a apuração dos eventuais casos de enriquecimento ilícito - disse.

Em seu discurso, o ministro Thomaz Bastos lembrou os tempos em que ia à PF tentar soltar presos políticos durante a ditadura militar.

- Vim a esse prédio centenas de vezes, sempre um pouco assustado, defendendo clientes que eram indiciados.

Na posse de Lacerda, um dos políticos mais homenageados foi o deputado distrital Francisco Domingos dos Santos, o Chico Vigilante (PT-DF).

- Fui preso e indiciado pela Polícia Federal duas vezes e é a primeira vez que venho numa posse. Paulo Lacerda teve papel importante no combate à corrupção - disse Chico.

Estiveram, ainda, presentes políticos que no passado, na qualidade de advogados, tiveram de ir à PF para tentar soltar clientes, como o deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF). E outros, a exemplo do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que foram visitar presos.

Na cerimônia de posse, f Foram convidados para compor a mesa de autoridades o secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e o subprocurador-geral Cláudio Fontelles, cotado para ser o procurador-geral da República do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

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O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais