POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


GREVISTAS DA PF RECUSAM PROPOSTA DO GOVERNO

15/04/2004

GREVISTAS DA PF RECUSAM PROPOSTA DO GOVERNO BRASÍLIA. O ultimato do governo para acabar com a greve na Polícia Federal não funcionou. Um dia após o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dar prazo até às 18h de hoje para os grevistas responderem se aceitam ou não a proposta de reajuste linear de 17%, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) anunciou que não aceita a oferta. Reunidos ontem em Brasília, presidentes dos sindicatos estaduais dos agentes rejeitaram a proposta por unanimidade e ameaçaram radicalizar o movimento.

Os sindicalistas não abrem mão da principal bandeira do movimento: receber salários de nível superior, e não de nível médio, como ocorre hoje. Os sindicatos garantem que estão amparados numa lei de 1996 que organiza as carreiras da PF. Mas o governo diz que a interpretação está equivocada.

— Estamos pedindo o cumprimento da lei e não aumento. Vamos continuar a greve e ver até onde eles agüentam — disse o vice-presidente da Fenapef, Valderi de Souza.

Os sindicalistas decidiram partir para a queda de braço com o Ministério da Justiça, que prometeu cortar o ponto dos grevistas caso a proposta não seja aceita. Eles dizem que estão amparados por decisões da Justiça para evitar o corte.

— Estamos ganhando ações contra o corte de ponto em todos os estados. Já ganhamos em 11. Vamos radicalizar. Como vai ser feito, decidiremos amanhã (hoje) — disse Valderi.

Grevistas querem ministério fora da negociação

O sindicalista diz que, entre as possibilidades de radicalização, está a retomada das operações padrão nos aeroportos, que causaram filas e tumulto mês passado, principalmente no Rio e em São Paulo.

Hoje, os sindicalistas dão continuidade à assembléia que iniciaram ontem num hotel de Brasília. Eles deverão pedir ao governo que o Ministério da Justiça saia da negociação. Querem conversar diretamente com o Palácio do Planalto.

— Essa proposta do governo é quase que uma intimação. É mais uma tentativa de intimidação do que uma proposta de negociação — criticou o presidente do Sindicato dos Servidores da PF no Rio, Sebastião Moreira.

Depois de os técnicos da Receita Federal ameaçarem seguir o exemplo dos agentes da PF e entrar em greve, agora é a vez dos auditores do Fisco. Até ontem à noite, a maior parte da categoria já havia decidido em assembléias fazer uma paralisação de 96 horas. Segundo o sindicato dos auditores (Unafisco), eles reivindicam equiparação salarial com o Ministério Público Federal e paridade entre trabalhadores da ativa e aposentados.

Segundo representantes do Unafisco, o governo propôs uma gratificação de 30% vinculada ao aumento da arrecadação, mas os auditores não aprovaram a idéia. Além disso, a gratificação não valeria para os aposentados. Pela equiparação com o Ministério Público proposta pelos auditores, o salário final da carreira passaria de R$ 7,7 mil para R$ 12 mil.

Técnicos da Receita aceitam proposta do governo

Os técnicos da Receita chegaram a ameaçar entrar em greve no dia 1º de abril, mas aceitaram a proposta feita pelo governo e suspenderam a movimentação. O governo também ofereceu uma gratificação para a categoria.


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O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais