Greve da Polícia Federal caminha para o confronto, diz federação
A Federação Nacional dos Policiais Federais afirmou que não vai obedecer à portaria obrigando os grevistas a entregar suas armas e seus uniformes, além de vetar a formação de piquetes para impedir funcionários de entrar nos edifícios da entidade. O presidente da Fenapef, Francisco Garisto, afirma que o Ministério da Justiça está pedindo "confronto" ao baixar a portaria.
De acordo com a portaria, os dias parados também serão descontados da folha salarial dos funcionários. No último balanço da categoria, 90% dos trabalhadores estariam parados, o que corresponderia a 9 mil dos 10 mil agentes da PF.
"Essa portaria não pegou, a gente não vai obedecer. Não adianta ameaçar porque nós não somos padeiros, somos policiais", diz Garisto. "Se ele (ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos) quer confronto, vai ter."
Segundo Garisto, o movimento tem sido pacífico em todo o Brasil e não havia necessidade de a portaria ter sido editada. "Se vierem tirar o jaleco de alguém, vai tomar tapa na cara. Isso (determinação) é arbitrário", diz.
Como a maioria dos policiais federais está em greve, uma alternativa do ministério seria recorrer às Forças Armadas para obrigar a entrega dos uniformes. Essa ação, no entanto, praticamente forçaria o confronto.
Garisto diz que conversou nesta tarde com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, para pedir a intervenção da pasta no assunto. Garisto solicitou que o ministro peça a suspensão da portaria a Thomaz Bastos. Além disso, os grevistas querem a participação da Casa Civil na negociação salarial.
O comando da greve diz que, se até a próxima sexta-feira não houver avanço nas negociações, os serviços essenciais também serão afetados. Por enquanto, esses serviços - como checagem de vistos, segurança nos aeroportos, portos e fronteiras e emissão de passaportes em casos de urgência - estão sendo atendidos, de acordo com a federação.
No entanto, Garisto diz que"todos os serviços de investigação da Polícia Federal, como o caso Waldomiro Diniz e a Operação Anaconda, serão prejudicados diretamente".
Uma manifestação nacional em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília, está marcada para o próximo dia 15.
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