Falta de efetivo atinge até mesmo a superintendência da PF
A Federação Nacional dos Policiais Federais e o Sindicato dos Policiais Federais no Mato Grosso do Sul visitaram as delegacias de Ponta Porã e Corumbá na fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia respectivamente. O diretor de Relações do Trabalho da Fenapef, Francisco Sabino, e o presidente do SINPEF/MS, Jorge Caldas, também visitaram juntos a SR/DPF/MS.
Em Mato Grosso do Sul a situação da PF segue o mesmo padrão dos demais estados brasileiros com delegacias na fronteira: falta de efetivo, estrutura precária e falta de valorização dos policiais.
Em Corumbá os problemas da delegacia começam do lado de fora. Veículos apreendidos pelos policiais nas operações realizadas na região estão enfileirados na rua. Sim, os veículos apreendidos ficam na rua em frente a uma praça vizinha à delegacia. Alguns carros já tiveram os vidros quebrados para que objetos de seu interior fossem furtados. “Queremos saber quem será responsabilizado por isso”, diz Francisco Sabino.
Não muito longe da delegacia, na fronteira do Brasil com a Bolívia, centenas de pessoas se aglomeram próximo a uma sala da Polícia Federal de 4 m x 3 m. No local, dois policiais e dois contratados se desdobram para atender a multidão que quer entrar no Brasil.
O resultado da falta de estrutura e a pressão do trabalho de quem combate o crime na fronteira são policiais stressados. Mesmo diante de tantos problemas os colegas atuam no combate ao crime na região arriscando suas vidas para proteger o país.
A situação em Corumbá foi levada pelas lideranças sindicais ao superintendente regional da PF em Mato Grosso do Sul, Edgar Paulo Marcon. Sabino e Caldas destacaram a importância da valorização dos policiais. “Além de valorizar os colegas lotados em Corumbá, queremos que o DPF atue para melhorar o clima instalado dentro da Delegacia”, dia Jorge Caldas.
Os policiais também solicitaram que o DPF desloque para a fronteira um serviço de apoio psicológico para atendimento aos servidores.
PONTA PORÃ – Em ponta Porã a situação está melhor. A denúncia feita pela Federação e pelo SINPEF/MS sobre a falta de condições do prédio da Delegacia surtiu efeito e o prédio passa por obras. Os recursos para a construção da nova sede da delegacia também já estão destinados.
Mas, se por um lado a obra de reforma segue, por outro, policiais ainda carecem de apoio do DPF. Na delegacia não existe nenhum policial que tenha feito o curso de utilização de fuzil fundamental para enfrentar os criminosos na região. A ANP não promoveu o curso até hoje na região e também não levou os colegas para fazer o curso na academia. “Queremos que estes policiais tenham acesso ao curso para se qualificarem ainda mais ”, diz Caldas.
Sabino, por sua vez alerta para iniciativas que busquem resolver o problema de forma pouco inteligente. “Temos a informação de que os fuzis poderiam ser recolhidos. Isso é um absurdo”, diz.
Os escrivães que atuam em Ponta Porã estão sobrecarregados. São 10 colegas responsáveis por mais de 500 IPL´s. Em Campo Grande são 24 escrivães que atuam no mesmo número de inquéritos. Além disso, na hora de viajar em missão os escrivães também são preteridos. “No estado a autorização para a viagem é concedida, mas o corregedor da PF em Brasília tem vetado todas as viagens”.
CAMPO GRANDE – Mas engana-se quem pensa que os problemas se concentram somente no interior. Na superintendência em Campo Grande a falta de efetivo também é visível. Algumas delegacias, entre elas a Fazendária, são fechadas por falta de policiais.
“Queremos uma PF mais forte, com mais condições de trabalho e com valorização dos policiais e para isso o DPF precisa olhar para estas regiões e principalmente para os homens e mulheres lotados por lá”, frisam os sindicalistas.
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