POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


NOTA OFICIAL DA FENAPEF SOBRE A FNDPF, ADPF E NS

16/02/2004

NOTA OFICIAL DA FENAPEF SOBRE A FNDPF, ADPF E NS O DISSÍDIO DA CATEGORIA

Por incrível que pareça, alguns delegados querem discutir salário. A ADPF se juntou com a FNDPF para tornar público um documento pior ainda do que o primeiro. Pior, porque aquele, pelo menos, foi mais autêntico, talvez pelo tom de súplica, embora pretendesse ser ameaçador. Agora, juntos, produziram algo que parece casamento de vaca com cavalo, não dá leite nem puxa carroça.

Eles têm dificuldade de falar de salário. Sempre conseguiram suas conquistas sem precisar fazer força, sem necessidade de lutar. Não conseguem compreender. Recusam-se a aceitar que o nosso pleito é um processo histórico, não é mitológico. Salário, para eles, virou um mito, pois o vincularam à hierarquia e disciplina. Entendam de uma vez por todas. Não estamos discutindo salário. Queremos ver cumprida a Lei que nos enquadrou como nível superior. Qualquer pessoa de mediana inteligência, desde que bem intencionada, sabe que um funcionário cuja função exige nível superior não pode receber salário de nível médio.

A “categoria”, quase sempre fechada em seus gabinetes climatizados, só consegue enxergar um palmo adiante do nariz. No documento estrangulam a verdade, supliciam a coerência e aniquilam a ética. Como sempre, usaram o Edifício Sede do DPF para efetuar a reunião. É óbvio que não precisam de sindicatos. Para eles o DPF é um imenso “sindicatão”. Não dispensaram a máquina estatal para produzir um proselitismo ideológico equivocado, que teima em fazer parte de uma negociação onde jamais foram chamados, pois não são parte.

No documento insistem em comparar seus salários com os Procuradores da República. Continuam aéticos. Não conseguem reivindicar nada sem olhar as conquistas alheias. Dizem, sem nenhum pejo, que a reivindicação de melhoria salarial deles é autônoma. Que absurdo, para não dizer cara de pau mesmo! Fizeram um documento ao Ministro chefe da Casa Civil pedindo um representante na mesa de negociações que discutia a implantação do Nível superior. Agora, dizem que a reivindicação é autônoma... Até em dissídio a “categoria” fala... Quem não prestar atenção vai pensar que se trata de trabalhadores da construção civil (nada contra os mesmos, é apenas para citar a terminologia usada) negociando aumento de salário.

No que se refere a nobre preocupação com as “demais categorias”, também estamos abertos ao diálogo, mas isto só será possível, quando estivermos em luta por melhoria salarial. No momento, queremos tão somente, que seja cumprida a lei 9266/96 que nos enquadra como de nível superior e a óbvia aplicação da tabela vencimental correspondente.

Quanto ao recebimento por parte do representante do Ministério da Justiça, da garantia absoluta de que todo e qualquer benefício salarial não será dado apenas a uma categoria, finalmente estamos de acordo. O governo tem toda a razão. Se houver melhoria salarial tem que ser para toda a Polícia Federal e, como dizem os preocupados delegados da ADPF, inclusive aos administrativos. Fica claro, todavia, de uma vez por todas, que o nosso direito de recebimento de salários como integrantes da categoria de nível superior fica mantido.

Não poderíamos deixar de saudar, também, quando dizem na nota que não é (nem nunca foi) nosso objetivo atrapalhar ou mesmo impedir as conquistas de nossos colegas policiais (grifo nosso). Dizem que somente caminhando juntos e mostrando nossa força, sem preconceitos, poderemos avançar rumo a uma polícia moderna e eficiente. Saudamos tamanha preocupação, embora não tenhamos vislumbrado, na prática, a sinceridade da mesma. Esperamos que as entidades que os representam manifestem em NOTA OFICIAL o apoio à nossa luta pela implantação plena do nível superior. No que se refere a “polícia moderna” precisamos confessar que às vezes, temos a sensação de que se fôssemos depender do conceito de modernidade de alguns deles, o computador seria à lenha...

Quanto à necessidade de manutenção dos atuais diferenciais entre as categorias, bem como da sempre lembrada hierarquia e disciplina, isto já poderia ter sido resolvido sem maiores traumas com a implantação da Lei Orgânica da Polícia Federal. Todos sabem o que aconteceu, a Lei Orgânica não andou, o projeto construído com representantes de todas as categorias foi engavetado sem uma explicação aceitável.

Apesar de tudo, não vamos esmorecer. Vamos lutar pela implantação do cargo único e a extinção do jurássico Inquérito Policial, um instrumento opressor e inútil que afasta do serviço policial pessoas pagas pela sociedade para exercer uma atividade, que em qualquer polícia do mundo, é a encarregada de investigar e prender. Qualquer conversa em contrário é agredir o óbvio.

Concluindo, quando substituíram a imortal e invejada, A POLÍCIA FEDERAL SOMOS NÓS, pela ridícula NÓS TAMBÉM SOMOS A POLÍCIA FEDERAL no documento distribuído, achamos desnecessário. Podem usar a forma consagrada. Não tem problema. Fica constrangedor usarem o TAMBÉM...Parece que precisa explicar para que acreditem. Não expliquem. Os amigos não precisam da explicação. Os inimigos não vão acreditar...

A POLÍCIA FEDERAL SOMOS NÓS!

DIRETORIA EXCUTIVA DA FENAPEF

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais