POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Índios terão de deixar terras ocupadas amanhã

19/01/2004

Índios terão de deixar terras ocupadas amanhã 19/01/2004

CAMPO GRANDE. Mesmo com a perspectiva de confrontos e violência, termina amanhã o prazo dado pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul para a desocupação das áreas no sul do estado invadidas por cerca de três mil índios das tribos guarani-caiová. O prazo foi determinado na semana passada pelo juiz federal Odilon de Oliveira, que, ontem, reafirmou sua disposição de não mudar sua decisão:

— Não vou dar nem mais um dia de prazo — disse o juiz federal.

Na sexta-feira, terminou sem resultados a reunião entre o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e o governador do estado, Zeca do PT. Os guarani-caiovás dizem que defenderão com sangue qualquer tentativa de retirá-los de terras que dizem ser suas.

Índios ocupam 14 fazendas em dois municípios

Os guarani-caiovás ocupam 14 fazendas nas regiões de Iguatemi e Japorã, no extremo sul de Mato Grosso do Sul. O impasse já dura mais de 30 dias. Eles reivindicam a demarcação de 9.400 hectares de terras na divisa dos municípios. O problema é que a área fica dentro das fazendas cujos títulos de posse foram concedidos pelo governo federal.

A ordem de desocupação das terras é provisória, já que a Justiça ainda terá de analisar o mérito da questão. Desde o início do conflito, considerado um dos mais graves já ocorridos no estado, foram feitas diversas tentativas de acordo.

A Justiça Federal convidou índios e fazendeiros para uma audiência em que pretendia fechar um acordo para a desocupação pacífica das terras, mas não deu certo. Em seguida, o juiz foi à área de conflito e passou um dia com os líderes indígenas, mas não conseguiu convencê-los a deixar a área.

Em Mato Grosso do Sul há hoje 220.000 hectares sendo reivindicados na Justiça Federal. Em mais de dez municípios há pendências entre índios e fazendeiros em torno das demarcações.

Fonte: © Todos os direitos reservados a O Globo e Agência O Globo.

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais