POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Servidores federais já pensam em greve

07/01/2004

Servidores federais já pensam em greve 07/01/2004

Um diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) irá participar da Plenária Nacional da categoria nos dias 17 e 18 em Brasília. Sem receber reajustes salariais há oito anos, os servidores que chegam a dois milhões em todo o país começam a se mobilizar, insatisfeitos com a política que vem sendo adotada pelo governo Lula e não descartam uma greve nacional no mês de março.

“No ano passado recebemos um por cento de aumento. E pelo que já foi anunciado, o dinheiro reservado no orçamento para 2004 prevê um aumento de 1,9% previsto para ser pago no fim deste mês. Isso não cobre nem a inflação do período”, disse Washington Galvão, presidente do categoria que reúne 15 mil servidores em Mato Grosso, dos quais quatro mil são sindicalizados. Este percentual representa R$ 1,53 bilhão e que constam no Orçamento da União aprovado em dezembro pelo Congresso. O dinheiro foi reservado para o reajuste anual do funcionalismo, cuja data base é em janeiro.

Abrigados sob uma Coordenação que reúne categorias dos servidores nos três níveis (municipal, estadual e federal) os trabalhadores prometem retomar as discussões este ano nos assuntos de interesse, a exemplo dos seminários realizados no ano passado em que foram abordadas questões tais como a reforma da Previdência. “Nós apoiamos o governo Lula, mas os servidores não estão satisfeitos”, diz Galvão, que aponta entre as cobranças o plano de carreira e a reposição das perdas salariais nos oito anos de governo FHC e que chegam a 116% segundo seus cálculos.

“Nós queremos fortalecer a coordenação”, diz o presidente do Sindsep de Mato Grosso. A categoria, capitaneada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), mantém também permanente vigilância em relação às atitudes de deputados da bancada federal mato-grossense, que votaram contra os trabalhadores na reforma da Previdência e que são apontados em cartazes distribuídos pelo sindicato. “Eles pediram votos para a categoria e votaram contra o trabalhador”, critica Galvão.

O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Gilberto Jorge Cordeiro Gomes, disse no início da semana que no primeiro ano de governo Lula a categoria procurou manter um clima de cordialidade. Mas, diante da expectativa frustrada de receber pelo menos a inflação acumulada no período (de 8,71% conforme o IGPM-FGV), a relação pode mudar. “Vai piorar significativamente”, disse Gomes.

Na plenária que será realizada em Brasília, primeiro no dia 17 os representantes da Condsef (que reúne as várias categorias) irão analisar a proposta do governo de um aumento de 1,9%. Depois, no dia 18, haverá o encontro dos federais para definir o que poderá ser feito. O encontro servirá para a mobilização nacional e marcará o início de um movimento que poderá desencadear numa greve nacional em março. A maneira como o governo Federal irá tratar a questão da reforma trabalhista, onde os servidores temem a perda de direitos adquiridos ao longo dos anos, será determinante para uma posição da categoria. “Vai depender do governo Federal e dos congressistas”, avalia Washington Galvão.

Segundo Galvão, a falta de reajustes salariais e de uma política clara de valorização do servidor, contribui para desestimular os funcionários públicos e também para a queda da qualidade dos serviços públicos. “O servidor está cheio de problemas e isso reflete no seu trabalho. A população mais pobre, que depende de um serviço de saúde, é a mais penalizada, pois o rico utiliza um atendimento particular”, exemplifica.

Fonte: Diário de Cuiabá © 2003

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais