Senado aprova banco de DNA de criminosos »
Nada mais comum, nos seriados americanos, chegar ao culpado por um fio de cabelo, um guardanapo sujo ou uma microscópica gotícula de sangue. Na tentativa de tornar esse enredo uma realidade no Brasil, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou o projeto de lei que cria um banco nacional de DNA de condenados. Por ter caráter terminativo, a proposta só precisa ser aprovada em turno suplementar na reunião da próxima semana do colegiado, uma mera formalidade do regimento interno da Casa, para ir ao plenário. Apesar da agilidade dos parlamentares, que chancelaram a proposta apresentada há apenas cinco meses, há vozes discordantes na sociedade.
De autoria de Ciro Nogueira (PP-PI), o projeto de criação do banco de dados estabelece a coleta obrigatória de material genético de todos os condenados por crimes dolosos praticados com violência contra a pessoa ou por condutas consideradas hediondas. O sistema armazenará os perfis genéticos. E, sempre que vestígios forem encontrados numa cena de crime, os investigadores poderão consultar o banco. A técnica para a coleta mais aceita internacionalmente consiste em passar um cotonete no interior da bochecha do doador.
Os argumentos vindos das experiências de mais de 50 países que contam com banco genético de criminosos não convencem José de Jesus Filho. Advogado da Pastoral Carcerária, ele defende a técnica para todos os brasileiros — inviável pelos custos, segundo a PF. "Sendo, como o teste papiloscópico, obrigação da população toda, eu apoio. Mas escolher um grupo de pessoas para ficarem registradas é muito arbitrário. Até porque o rol de crimes hediondos inclui o estupro e a extorsão. Vamos tratar os autores desses crimes de forma igual?", questiona. Ele sugere que a proposta passe pela comissão recém-instalada que vai analisar o Código Penal brasileiro.
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