FENAPEF REALIZA MANIFESTAÇÃO EM RORAIMA

06/11/2003




Agentes da Polícia Federal (PF), realizaram ontem à tarde uma manifestação em frente à sede da Superintendência de Roraima, na avenida Ville Roy – bairro Caçari.

Mobilizados com carro-som, dezenas de policiais gritavam palavras de ordem e também exigiam o comparecimento do superintendente regional da PF, Agripino Neto.

Segundo Francisco Garisto, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), um dos motivos para a manifestação seria a perseguição sofrida pelo presidente do Sindicato local, José Pereira Orihuela.

“Tentamos resolver administrativamente, mas, como nada foi acordado, partimos para as manifestações”, disse Garisto.

Ainda de acordo com Garisto, na próxima segunda-feira, a Fenapef vai recorrer à Procuradoria Geral da República para que a superintendência local explique supostas irregularidades.

“Agripino vai ter que explicar, por exemplo, o porquê de um carro da União estar sendo usado para passeio, enquanto as viaturas da PF estão paradas por falta de combustível”, acrescenta.



Ministro da Justiça

Durante a manifestação, presidentes de sindicatos da PF de vários Estados declararam apoio a Orihuela. Membros da Fenapef ficam até sábado em Boa Vista. “Mas, caso não consigamos resolver por aqui, já marcamos audiência – próximo dia 12 – com o ministro de Justiça, Márcio Thomaz Bastos”, assegurou Garisto.

ASSEMBLÉIA

A convocação para a assembléia que acontece hoje e amanhã no Hotel Aypana, foi feita pelo presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Garisto. Em entrevista ao BrasilNorte, ontem pela manhã, ele afirmou que a intenção da categoria presente na manifestação é mostrar para a população e também para a superintendência da PF local que o presidente do Sindicato da categoria em Roraima, José Pereira não está sozinho, mas foi eleito para o cargo para reeleição recentemente, porque defende legalmente o interesse dos policiais federais.

CONFRONTO

Garisto disse que em todo o País esse tipo de confronto só acontece atualmente em Roraima, em razão da maneira de agir do atual superintendente, Agripino Neto. Na opinião do presidente da Federação, “a atitude de Agripino não condiz com a democracia do Governo Lula”, disse.

Segundo o presidente da Federação, o superintendente da PF em Roraima mandou que fossem retiradas a carteira de PF e a arma do presidente do Sindicato local porque ele havia feito denúncias contra o armazenamento de explosivos e outros problemas gerados pela Polícia Federal em Roraima. Garisto disse que essa atitude só seria amparada legalmente se José Pereira tivesse cometido crime grave, o que não ocorreu.

FEDERAÇÃO E AS DIÁRIAS

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Garisto e também representantes de Sindicatos dos estados brasileiros, estão questionando a chamada por eles de “Farra das Diárias”. O fato é que, segundo explicou o diretor jurídico do Sindicato da Paraíba, Décio Fagundes, algumas superintendências estão chamando delegados para dirigir inquéritos como se no local não houvesse delegados. Como benefício, cada delegado recebe diariamente uma média de R$ 160,00.

No ano passado, segundo informou Fagundes, o atual superintendente da PF em Roraima, Agripino Neto estava lotado no Rio Grande do Norte, mas foi transferido para João Pessoa por três meses para dirigir inquérito policial. O fato em si, conforme contou não é ilegal, mas a alegação da superintendência da PF na Paraíba sim, porque segundo ele, foi mentirosa. “Na Paraíba alegaram que faltava delegados, mas no mesmo período em que Agripino foi para João Pessoa, um outro delegado já lotado lá foi para Recife, também recebendo diárias”, disse.

Em Roraima, segundo contou o presidente da Federação, Francisco Garisto a situação não é muito diferente, ou seja, para dirigir um processo contra o presidente do Sindicato dos Policiais Federais, José Pereira, a superintendência da PF há em Roraima um delegado vindo do Maranhão, um escrivão também do Maranhão e outro do Rio Grande do Norte. “Cada um recebe por mês R$ 3.600,00 só de diárias”, disse.

Por conta disso, Garisto afirmou que vai entrar junto a Procuradoria da República com um pedido para que o dinheiro das diárias desnecessárias seja devolvido e também vai processar o superintendente da PF no Estado por improbidade administrativa por estar usando a máquina pública para vingança pessoal.

O presidente do Sindicato dos policiais federais em Roraima está respondendo quatro processos administrativos e três judiciais.

Fonte: Agência Fenapef

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