POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Paulo Lacerda não comparece à Audiência Pública

24/10/2003

Paulo Lacerda não comparece à Audiência Pública 22/10/2003



O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, não compareceu à audiência pública promovida na tarde de hoje, 22, pela subcomissão que trata de apurar questões administrativas, legais e financeiras da PF. Ele enviou à Comissão de Segurança um ofício justificando sua ausência em razão de um evento realizado na Bahia. De acordo com a direção da Fenapef, essa atitude de Lacerda prejudica o trabalho da subcomissão e não contribui para que sejam realmente esclarecidas as questões relacionadas à precariedade das condições de trabalho dos policias federais.

Lacerda foi substituído pelo diretor de Logística, Alciomar Goersch, que apresentou dados estatísticos, tabelas e números. O representante de Paulo Lacerda leu trechos do material exposto na audiência e declarou, por exemplo, que não havia mais problemas na emissão de passaportes.

Depois dos vinte minutos de exposição de Goersh, o presidente da Fenapef, Francisco Carlos Garisto, expôs a realidade em que trabalham milhares de policias federais no país. Falou sobre operações, nas quais os policiais participam sem receber diárias, sustentando a atividade da PF com dinheiro do próprio do bolso, das cidades em que o aluguel da Delegacia é pago pelas Prefeituras Municipais, da falta de cartuchos em impressoras e de material de expediente. Garisto citou ainda os problemas de ordem administrativa, como a punição de policiais que, por que estarem impedidos de realizar o serviço por falta de recursos, ficam sujeitos a sindicâncias.

Garisto enfatizou a perseguição imposta pela Administração da PF contra lideranças sindicais, como a que está em curso em Roraima, aonde o presidente do sindicato, José Pereira Orihuela, responde a um processo disciplinar e foi afastado do trabalho, inclusive com a perda da carteira funcional e de sua arma, por ter exigido providências do superintendente local quanto ao depósito de 1 tonelada de dinamite no prédio da SR, expondo a risco de vida não só os servidores como a população vizinha.

O presidente da FENAPEF cobrou também uma solução para o caso das centenas de policiais “sub-judice”, esclarecendo que a Direção da PF teve a oportunidade de sanar o problema com base num despacho do ex-ministro Miguel Reale Jr, mas não se empenhou nesse sentido, de modo que a situação desses servidores continua instável, podendo vir a causar sérios prejuízos não só para os próprios policiais como também para a Instituição.

“O diretor-geral não compareceu aqui, dizendo que tinha compromissos mais importantes a cumprir. Mas é aqui que já começamos a discutir as soluções para a situação da PF. Depois que estivemos aqui é que já surgiram as possibilidades de recursos para o nosso trabalho. Agradecemos o trabalho desta comissão e esperamos que as diligências programas para este mês de outubro e para novembro mostrem a todos, o que os policiais federais estão tendo que enfrentar para cumprir seu trabalho. É por isso que hoje, depois de todos esses números, mais uma vez a Fenapef agradece e dá os parabéns a quem de fato faz a Polícia Federal: os colegas policiais federais”, disse Garisto durante a audiência.

De acordo com a Comissão, as diligências acontecem nos dias 30 e 31 de outubro, nas superintendências regionais da Polícia Federal em São Paulo e Rio de Janeiro e, no dia 3 de novembro, no Rio Grande do Sul. A relatora do grupo, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), anunciou que deve apresentar suas conclusões no próximo dia 12 de novembro, para que o texto entre em discussão e votação na Comissão de Segurança no dia 19. Depois disso, a subcomissão pretende levar o resultado e as sugestões ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Fonte: Agência Fenapef

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais