POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


SINPEF/MS ENCAMINHA OFÍCIO À COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA

17/10/2003

SINPEF/MS ENCAMINHA OFÍCIO À COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA ‘Ofício n.º 183/03- SINPEF/MS
Campo Grande/MS, 17 de outubro de 2003.


A Sua Excelência a Senhora
MARIA PERPÉTUA DE ALMEIDA
Deputada Federal
Relatora da Subcomissão de Segurança Pública e Combate Crime Organizado
Gabinete 625 – Anexo IV
Câmara dos Deputados
BRASÍLIA/DF



Senhora Deputada,



Servimo-nos do presente para cumprimenta-la, ao tempo em que encaminhamos o balanço geral de débitos da Superintendência Regional de Polícia Federal no Mato Grosso do Sul – SR/DPF/MS, até a presente data, após o que faço um breve relatório das dificuldades por que passa essa regional:

ORIGEM DOS DÉBITOS ATUAIS VALORES EM R$
Contratos em geral (serviços administrativos terceirizados, serviços de limpeza, segurança patrimonial, passagens aéreas, telefone, energia elétrica, etc...) R$ 800.000,00
Combustível R$ 56.000,00
Diárias com operações policiais R$ 100.000,00
TOTAL. ..................................................................................... R$ 956.000,00

A Superintendência Regional de Polícia Federal em Mato Grosso do Sul é considerada, nas estatísticas policial nacional e internacional, a que mais apreende substâncias entorpecentes (cocaína e maconha) e, conseqüentemente, desarticula importantes quadrilhas com a prisão de narcotraficantes com ramificações internacionais. Associa-se a essas apreensões carros, aeronaves, armas, munições, e imóveis pertencentes às quadrilhas.

Vale ressaltar que essa Superintendência foi responsável pela apreensão de aproximadamente 140 (cento e quarenta) toneladas de drogas no ano de 2001, queimadas nos fornos da USIMINAS, ocasião em que teve o recorde inscrito no Guiness Book, onde mantém até os dias atuais.
Este resultado só é alcançado graças ao esmero profissional, associado ao excessivo esforço humano que os policiais aqui lotados desempenham, na busca e combate ao crime organizado. Porém, apesar do esforço sobre-humano, vemos nosso trabalho prejudicado em razão da falta de pessoal, pois, com extensa área de fronteira seca de 1.350km2, contamos apenas com 256 policiais federais, sendo que deste total apenas 150 efetivamente trabalham na rua combatendo diretamente o crime organizado entre outros. Os demais desempenham suas atividades internamente, em investigações de inteligência, feitura de IPL’s e outros serviços administrativos.

Esse reduzido número de policiais se deve a política de remoção adotada pela direção geral do Órgão, bem como a falta de motivação existente para aqueles que exercem suas atividades em áreas consideradas inóspitas e de fronteira, pois poucos são os que se submetem a ausentar-se de suas famílias para estas regiões sem qualquer incentivo profissional ou financeiro – não existe no DPF uma política de ajuda de custo como existem em outros órgãos do Governo.

O trabalho de combate ao crime organizado, principalmente no Mato Grosso do Sul, por onde entra a maior parte das drogas, armas e munições, em razão da extensão fronteiriça com os países originários de tais produtos, deve ser pautado na técnica investigativa, na qualidade do material utilizado, no enriquecimento profissional do policial, na motivação para o exercício do trabalho realizado, tudo isso associado a uma política administrativa eficiente, moderna e imparcial.

No entanto, infelizmente, o DPF encontra-se hoje sob o domínio e controle de pessoas com mentalidade ultrapassada, arcaica. Pessoas que tiveram sua origem administrativa datada da ditadura militar - o que importava era o subserviente cumprimento de ordens impensadas, buscava-se apenas estatísticas manipuladas, sem qualquer respeito à dignidade da pessoa humana.

Ainda não fomos agraciados com a mentalidade de uma polícia moderna, com a realidade do mundo moderno, mas na certeza de que o primeiro passo foi dado, contamos com o denodo, a envergadura, a dedicação dessa competente Comissão na busca de alternativas legislativas, e, principalmente esmerando-se na aprovação de nossa Lei Orgânica, não aquela elaborada pelo corporativismo de uma classe policial apoiada pelo DG, mas sim a Lei Orgânica aprovada pela maioria da categoria policial federal. Aquela em que participaram todas as classes sindicais existentes no DPF, todos os representantes de cada cargo. A Lei Orgânica que vai mudar a Polícia Federal, elevando-a a uma polícia técnica investigativa de nível internacional, uma polícia federal moderna.

Agradecemos, renovando nossa estima e consideração.


SIDNEI TADEU CUISSI
PRESIDENTE DO SINPEF/MS

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais