O PLEBISCITO FALOU
Diretoria Executiva da FENAPEF*
Mais uma vez tivemos que fazer um Plebiscito na Polícia Federal. Mais uma vez tivemos que tornar público e oficializar a opinião dos policiais federais sobre pessoas que, utilizando-se da “boa consciência” dos que almejam uma melhoria nas condições do Órgão, estabelecem suas bases para eternizar dominações sem sentido.
Desta vez o dirigente é o delegado aposentado PAULO LACERDA, um delegado que ficou conhecido nacionalmente por sua atuação no “caso PC”, o ex-tesoureiro do deposto presidente Collor de Melo.
Paulo Lacerda, como bom burocrata que dizem ser, conseguiu juntar toneladas de papel. Trabalhou nesses documentos milhares de horas e, ao final, todos sabem onde chegou. Não precisamos explicar nada, os fatos estão aí, basta ver onde os personagens se encontram hoje, todos livres. Isto mostra bem a eficiência do modelo defendido por tantos, principalmente os que dele se beneficiam.
Ninguém esperava muito dele quando assumiu a direção-geral do Departamento de Polícia Federal, afinal o mesmo estava já há algum tempo desfrutando de um merecido ostracismo no gabinete do delegado aposentado e atualmente senador, ROMEU TUMA, um conhecido aliado de reivindicações de delegados de polícia.
Desde que assumiu o cargo, não fez outra coisa que não fosse defender o interesse de seus pares. Aceitou a existência de uma comissão que elaborava a nova Lei Orgânica, porque não teve alternativa. Admitiu o assunto em andamento, mas como fato consumado.
Chancelou a existência da comissão. Sabia que a mesma tinha representantes de todas as categorias, mas ficou calado, esperando o término do prazo para sua conclusão. Quando não viu seus interesses serem contemplados, tratou de mudar os integrantes da comissão. Tratou de modificar o que tinha sido previamente acertado.
O diretor-geral sabia que os policiais federais fazem parte de uma categoria na qual é exigido nível superior para ingresso. Sabia que existe até decisão judicial reconhecendo o direito do recebimento de vencimento de nível superior, mas só encaminhou o assunto para o Ministro da Justiça quando tomou conhecimento do Plebiscito que avaliou sua administração, com o claro propósito de esvaziá-lo.
A Polícia Federal está numa crise total. Não há verbas para nada. Os fornecedores não recebem seus créditos. Há ameaça de despejos, de corte de combustíveis, de telefones e outros absurdos. Mesmo assim, nada muda. Seu interesse é criar guardas fardadas, concurso para delegados, e, ultimamente, apostilar seus colegas aposentados para ocupar cargos de confiança, dando a entender que os mesmos detêm o monopólio da competência...
Por tudo isso a Federação Nacional dos Policiais Federais/FENAPEF mais uma vez liderou a realização de um Plebiscito em âmbito nacional, cumprindo decisão unânime dos vinte e seis sindicatos que compõem o seu Conselho de Representantes. Queríamos saber a opinião dos policiais federais sobre esses absurdos. Se estavam contentes com esse tipo de administração que infelicita a nossa Instituição.
O resultado todos já sabem: 91,8% da categoria quer mudança. Quer ver no comando da Polícia Federal alguém que lute por ela. Que pense na polícia a longo prazo. Que pense em todas as categorias e que, principalmente, sinta vergonha quando olhar na imprensa notícias citando um órgão que deveria dar o exemplo como cumpridor de seus deveres, ser chamado de mau pagador ao mesmo tempo que é ameaçado por credores.
O Plebiscito é a nossa resposta a esse tipo de administração medíocre e descompromissada. Chega de maus administradores. A Polícia Federal é muito importante para o povo brasileiro. O Brasil está numa nova fase de desenvolvimento. Todos esperam que o País encontre seu lugar entre as grandes nações. Temos certeza que a Polícia Federal é peça importante nesse contexto.
Esperamos que o governo ouça o clamor dos policiais federais por mudanças e coloque à frente do Órgão alguém que possa e queira realizar essa missão.
Brasília, 30 de setembro de 2003.
Diretoria Executiva da FENAPEF
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