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Reforma da Previdência: Governo admite ceder na reta final

03/08/2003

Reforma da Previdência: Governo admite ceder na reta final Para aprovar na próxima terça-feira a reforma da Previdência, o governo está disposto a ceder em duas reivindicações importantes do funcionalismo público. A possibilidade de que novas concessões venham a ser feitas foi admitida pelo próprio ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, que participou ontem de uma reunião de cerca de oito horas com a bancada de deputados do PT. Berzoini, que esteve no começo da reunião, admitiu que o governo está considerando a possibilidade de fixar o subteto salarial dos juízes estaduais em 90% dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal e estender a integralidade das pensões até o valor de R$ 2.400. ‘‘Vamos dialogar com toda a base governistas e acatar eventuais mudanças, desde que elas não descaracterizem o projeto aprovado pela comissão especial’’, disse o ministro.

As modificações no projeto da Previdência deverão ser decididas hoje à noite em reunião do presidente Lula com os líderes dos partidos aliados do governo. Segundo o deputado Paulo Bernardo (PT-PR), Dirceu e Berzoini não se comprometeram com a mudança no subteto e nas pensões, mas mostraram que o governo está disposto a negociar. ‘‘O ministro Dirceu declarou que reconhece que estamos na fase de transição e entende que o desejo da base aliada é fazer um acordo que resolva a questão do subteto. Ele inclusive sabe que a tendência é de ficar em 90% dos vencimentos do Supremo’’, afirmou Bernardo.

O encontro de ontem foi marcado para afinar a bancada na véspera da votação da reforma da Previdência, prevista para a próxima quarta-feira, dia 6. Mas a presença de Dirceu estimulou os deputados a cobrar maior participação nas decisões do governo, fazer críticas à política econômica e até desfiar reivindicações sobre obras e projetos específicos.

O deputado Walter Pinheiro (PT-BA), da esquerda do partido, chamou a atenção de Dirceu para a falta de um planejamento estratégico do governo para enfrentar a crise econômica e a falta de diálogo com a bancada do partido no Congresso. ‘‘Perguntei a ele quando começará o espetáculo do crescimento, qual será a primeira cena e se seremos atores ou meros espectadores’’, contou Pinheiro.

O deputado Ivan Valente (PT-SP), também da esquerda petista, disse que, nas manifestações dos deputados durante a reunião, foi quase unânime a conclusão de que a política econômica que marcou o começo do governo Lula está esgotada e que é preciso mudar. ‘‘O governo tem de reduzir o superávit nas contas, que ficou muito além do acertado com o próprio FMI, cortar os juros para um nível muito menor e fazer maciços investimentos na criação de empregos’’, disse Valente.

Dirceu falou no início e no fim da reunião. Segundo Paulo Bernardo, no discurso de abertura, ele antecipou-se às críticas esperadas da bancada à política econômica. Admitiu que o governo não tem todo o tempo do mundo para implementar seu projeto e prometeu mudanças. Apostou na queda dos juros para 20% ou menos no fim do ano e para 16% em 2004. Disse ainda que o governo só fará novo acordo com o FMI com a mudança de certas condições, como, por exemplo, a exclusão dos investimentos das estatais da coluna de despesas para efeito de apuração do superávit nas contas do governo. Defendeu também uma margem maior para que os municípios que estão com as contas equilibradas tomem novos empréstimos.


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Debate sobre Heloisa Helena

As cenas da senadora Heloisa Helena (PT-AL) sendo arrastada e derrubada no chão durante a desocupação da sede do INSS pela Polícia Federal na noite da sexta-feira geraram acalorada discussão entre deputados petistas antes da reunião da bancada com José Dirceu ontem. O deputado Ivan Valente (PT-SP) disse que a cena era inadmissível para um governo formado por pessoas com longa tradição nos movimentos sociais, e especialmente nas campanhas reivindicatórias do funcionalismo. O vice-líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP) disse que o governo não pode aceitar perder a autoridade com a invasão de ministérios por um grupo minoritário. (BF)


fonte: Correioweb

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais