PF cria 27 delegacias para controlar armas irregulares no país
01/08/2003
A Polícia Federal vai criar 27 novas delegacias, uma em cada Estado, voltadas para o controle de armas irregulares. As unidades estarão vinculadas a uma nova coordenação do órgão, criada para reduzir o número de armas em circulação.
O governo quer aumentar a eficiência nessa área com a troca de informações entre PF e militares. A idéia é compartilhar bancos de dados do Exército e do Ministério da Defesa com os policiais. Dessa forma, seria mais fácil e mais rápido saber quais armas são registradas e quais são ilegais.
O principal foco de preocupação é o Rio de Janeiro. Um integrante da cúpula da PF disse que o Rio é o Estado que possui o maior número de armas, além de servir como uma espécie de entreposto de distribuição para outros Estados.
Os policiais federais abriram dois flancos prioritários: a presença de uma força de elite no Rio e o incremento das ações de inteligência nas regiões de fronteira.
Fonte: Folha de São Paulo
ANÁLISE DA NOTÍCIA – FENAPEF:
A criação de 27 novas delegacias, destinadas ao controle de armas irregulares, antes de ser uma medida visando a repressão a ilícitos penais, é mais uma artimanha da Administração Paulo Lacerda para acomodar o exército de novos delegados que estão ingressando na instituição, ou então os seus colegas aposentados, que por “amor ao DPF” se aposentaram para continuar trabalhando, agora apostilados, porém com os seus DAS em valor integral (a “Viúva” que se dane).
A Polícia Federal, através das Delegacias de Ordem Política e Social, já vem fazendo o controle de armas, por isso é de se perguntar: qual a necessidade de uma delegacia específica para tal fim?
Há um fato pouco comentado, que tem relação direta com esse assunto. Trata-se da reestruturação organizacional do DPF, através do Decreto nº 4720/2003.
Esse decreto promoveu profundas mudanças na distribuição de FG e DAS na Polícia Federal, privilegiando, SEMPRE, as chefias ocupadas por delegados, em detrimento daquelas que, normalmente, são preenchidas por policiais de outras categorias ou administrativos.
Para ilustrar, nas SRs havia DAS apenas para os superintendentes, os quais, até junho, percebiam DAS-1, e a partir de então foram contemplados com DAS-3.
Para quem acha pouco, tem mais: foram criados 81 novos DAS-1 (3 por superintendência), sendo 2 para os delegados regionais e 1 para o corregedor regional. Vejam só: não satisfeito em contemplar os DRPs com DAS, Paulo Lacerda criou mais uma DRP (plagiando o ditado, como um é pouco e dois é bom, agora há dois DRPs em cada SR) e premiou o corregedor regional com DAS.
No âmbito da Administração Central é outro festival de DAS, muitos tungados de outras instituições, como a FUNAI.
Em contrapartida, o senhor Paulo Lacerda e sua mumificada equipe administrativa de delegados aposentados passaram uma rasteira em outras áreas: nas SRs, os Serviços de Criminalista, foram reduzidos a Núcleos, os Núcleos de Identificação viraram pó, sumiram da estrutura. Há tempos atrás, as antigas CRAs, que estavam niveladas hierarquicamente com as CRP e CRJ, foram rebaixadas de coordenação regional para seção administrativa.
É muito fácil perceber que aquelas chefias não reservadas a delegados foram rebaixadas no nível hierárquico.
Já que os delegados se acham donos da Instituição, a ponto da grande maioria se posicionar contra a promoção e o cargo único alegando que isso “emburreceria” a classe dos delegados, como afirmou o Superintendente de Santa Catarina, Renato da Porciúncula, por que eles não assumem os Núcleos Operacionais, as Custódias, as SRAs e os NPs das superintendências?
A resposta é fácil: porque essas áreas são um poço de problemas intermináveis, onde não há filé, mas só carne de pescoço.
Tome-se a SRA como referência: uma pilha de problemas sem solução à vista. Fornecedores cobrando contas diariamente, servidores cobrando suas diárias sempre atrasadas, etc. Nessa hora sobra para os “burros” carregar o piano, pois os “inteligentes” não querem ou não conseguem utilizar o seu “alto saber” para resolver “pepinos” dessa envergadura.
É chegada a hora de dar um basta ao culto à burocracia e à falta de respeito e valorização com que o jubilado Paulo Lacerda trata os que não fazem parta da sua casta.
Fonte: Agência Fenapef
Últimas Notícias
O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais