Braço direito de Arcanjo será transferido
Denilson Pinto
O superintendente da Polícia Federal, em Mato Grosso do Sul, Wantuir Brasil Jacini, informou que o economista Nilson Roberto Teixeira, 43 anos, gerente-geral das factorings de João Arcanjo Ribeiro, preso em Campo Grande, será transferido nos próximos dias para outro Estado. Ele disse que o réu terá proteção especial da União, através do Programa de Proteção à Testemunha. A inclusão dele será avaliada pelo Conselho Deliberativo de Brasília, no dia 7 de julho. Na cadeia da PF, na Capital, 15 agentes do Comando de Operações Táticas da Brasília foram mobilizados para garantir sua segurança.
Nilson Roberto está detido em Campo Grande, desde o último domingo, por ser “réu colaborador”. Ele foi preso no último sábado, em Cuiabá (MT), e denunciou um esquema de lavagem e desvio de dinheiro público que favoreceram vários políticos da região, incluindo o ex-governador Dante de Oliveira.
Wantuir Jacini informou que o juiz federal da 1ª Vara de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, solicitou a transferência de Nilson Roberto para Campo Grande, por questão de segurança. Ele é considerado a principal testemunha que confirma os crimes de lavagem e contra o sistema financeiro nacional praticados pelo Comendador, João Arcanjo Ribeiro, que se encontra detido no Uruguai.
No seu depoimento, o economista afirmou que tem medo de morrer em razão da revelação das operações realizadas pelos políticos do Estado que, segundo ele, nunca haviam sido expostas com tanta clareza.
Wantuir Jacini garantiu que estão sendo tomadas todas as precauções necessárias para garantir a segurança do réu em Campo Grande. “Ele está isolado numa cela e agentes do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal vieram de Brasília para garantir sua proteção”, informou.
Revelação
Durante depoimento que durou aproximadamente 5 horas, realizado na Justiça Federal, em Cuiabá (MT), Nilson Roberto informou que conhece João Arcanjo Ribeiro desde o ano de 1991, quando era gerente do Banco Econômico, onde o Comendador mantinha conta. A partir de 1995, ele disse que passou a trabalhar na empresa Confiança Factoring ocupando o cargo de gerente-geral, recebendo um salário mensal de R$ 10 mil.
Segundo ele, foi através desta empresa que ocorreram diversas transações ilegais envolvendo políticos da região. Ele revelou que a empresa começou a realizar empréstimos de grandes quantias em dinheiro para deputados estaduais, sendo que eram repassados cheques da Assembléia Legislativa de Mato Grosso como garantia de pagamento.
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