POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Reajuste só a partir de junho

21/05/2003

Reajuste só a partir de junho Luciana Vieira de Sousa
Da equipe do Correio
Edilson Rodrigues

A folha de pagamento dos funcionários públicos federais começou a ser rodada ontem sem o aumento salarial de 1% prometido pelo governo em abril. O polêmico reajuste, muito aquém do esperado pelos servidores, não chegará a tempo porque só ontem a Casa Civil decidiu que a proposta será enviada ao Congresso Nacional em forma de projeto de lei. Para obter a aprovação, o projeto deverá ser aceito pela Câmara e Senado. Se for apresentado em regime de urgência, a aprovação vai demorar,no mínimo, um mês se não for rejeitado em uma das casas.

De acordo com o Ministério do Planejamento, os cálculos do reajuste foram enviados à Casa Civil desde o início do mês. O ministério precisava da oficialização até o dia 16 para incluir os novos valores na folha de pagamento referente a maio. Mas ontem foi decidido que a folha seria rodada sem o aumento para evitar o atraso no pagamento dos salários. Quando for liberado, o pagamento será retroativo a maio.

Revoltados, representantes dos servidores se dizem duplamente perplexos com a atitude do governo em relação ao reajuste. ‘‘O atraso do encaminhamento ao Congresso Nacional é, no mínimo incompetência ou má vontade do governo e não há nada que justifique isso’’, afirma o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), José Domingues Filho que também está insatisfeito com o baixo percentual de reajuste proposto pelo Ministério do Planejamento.

O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e Ministério Público da União (Sindjus-DF), Roberto Policarpo, também protesta. ‘‘O acréscimo de 1% é quase nada e ainda por cima ainda tem toda essa demora, uma vez que o anúncio do aumento foi feito há dois meses’’, reclama. No início de abril, o Ministério do Planejamento anunciou que concederia a todos os servidores públicos federais um reajuste linear de 1%, retroativo a 1º de janeiro, e um adicional de R$ 59,87, a partir de maio, que seria incorporado ao salário apenas dos funcionários públicos do Poder Executivo.

Reforma
Cerca de 20 servidores e diretores do Sindjus madrugaram ontem no aeroporto Juscelino Kubitschek para convencer parlamentares a votarem contra a reforma da Previdência. Na aeroporto, alguns parlamentares aproveitaram para demonstrar o descontentamento também com o adiamento do reajuste salarial dos servidores públicos. O deputado federal Babá (PT-PA) afirmou ser lamentável o atraso do pagamento do reajuste. ‘‘Mas eles sempre pagam em dia os bancos privados e o Fundo Monetário Internacional’’, ironizou o deputado petista.

Para o coordenador do Sindjus, Roberto Policarpo, a recepção no aeroporto foi proveitosa. ‘‘Vários deputados do PDT, PFL, PT e PSDB garantiram que vão votar contra a reforma’’, disse satisfeito. Na ocasião, os sindicalistas distribuíram um panfleto com a seguinte advertência : ‘‘Sr parlamentar, o nosso futuro depende do seu voto; o seu futuro depende do nosso voto’’.

Passivo
O governo vai pagar saldo do passivo dos 28% para servidores idosos. Comunicado autorizando a quitação da diferença entre o total devido e o que foi pago do passivo do reajuste de 28,86% para os funcionários com idade igual ou superior a 80 anos foi enviado ontem a todos os órgãos de recursos humanos. O pagamento será feito apenas a quem tenha assinado os termos do acordo administrativo ou de transação judicial.


fonte: Correioweb

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais