POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


PF treina para combater desmatamento na AM.

05/01/2009

PF treina para combater desmatamento na AM. Polícia Federal está se transformando no maior parceiro do Ministério do Meio Ambiente no combate ao desmatamento e a delitos contra a natureza. Ao priorizar a Amazônia e a faixa de fronteira mais desguarnecida como áreas a serem ocupadas em 2009, o órgão passou a falar a mesma linguagem dos conservacionistas. "Vamos proteger os biomas", disse o diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, ao anunciar que as regiões amazônica e pantanal perceberão a presença do estado com novas delegacias.

Em Corumbá, coração do Pantanal e fronteira com a Bolívia, a PF vai construir um grande centro para sediar suas atividades. Ao contrário das sedes regionais e delegacias no interior -- todos projetados em alvenaria --, usará a madeira apreendida no transcorrer de 2008 durante a Operação Arco de Fogo, que englobou vários Estados da Amazônia Legal.

Destinada a conter o desmatamento e demais crimes ambientais, a operação fechou o ano com a apreensão de 32.343 metros cúbicos de madeira retirada ilegalmente que estava em serrarias do Pará, Rondônia e Mato Grosso. Produto que renderia mais de R$ 50 milhões se fosse comercializado no mercado clandestino. Parte dessa madeira, cerca de mil metros cúbicos, será usada para reforçar a estrutura da PF no Pantanal. Outra parte será utilizada em estados amazônicos onde a estrutura do órgão ainda é precária. Preocupada com o novo modelo de gestão, o órgão está deslocando para Amazônia e fronteira todos os novos policiais que estão sendo formados na Academia da Polícia Federal em Brasília.

Na semana passada, 430 deles, já receberam a missão de iniciar as atividades em 2009 nesses locais. Acabou a era em que delegados e agentes passavam em concurso, cursavam a academia e podiam escolher ficar em grandes capitais. "Nenhum novo policial será lotado no Rio, São Paulo ou em outros centros urbanos. Eles passarão três anos se capacitando e suportando adversidades ", avisou Corrêa.

A decisão de priorizar a Amazônia corrige um erro histórico do governo brasileiro. Nas últimas décadas as forças de segurança estiveram concentradas nos centros urbanos na faixa de fronteira do Sul do país, enquanto em regiões como a Amazônia Legal, que representam 60% do território nacional é vizinha de vários países ao Norte, foram relegadas a segundo plano. Desguarnecida, a região virou palco de grilagem de terras e de uma série de crimes, como o tráfico de drogas e de armas, contrabando de madeira e minério e, como subproduto do descaso, alvo de cobiça internacional.

A ausência de instituições fortes na região, estimulou o surgimento de focos de conflitos de toda ordem e deixou a área nas mãos de Organizações Não Governamentais (ONGs) que, apesar do apelo e do pretexto, nem sempre agem na defesa da ecologia ou de outras causas.

O caos começou a ser mudado com a Operação Arco de Fogo, coordenada pela Polícia Federal e com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Seu resultado ilustra a carência de um aparato de repressão aos crimes contra a natureza: além dos 32,3 mil metros cúbicos de madeira, foram abertos 112 inquéritos policiais, 72 pessoas foram presos em flagrante, 434 serrarias ilegais foram multadas e 1.085 fornos clandestinos de carvão acabaram destruídos. A polícia também apreendeu 33 armas de fogo, 39 motoserras e 132 veículos.

No período da operação foram lavrados 322 termos circunstanciados, destinados a coibir crimes de menor potencial ofensivo. Em vez de só reprimir, a Polícia Federal agregou à sua atuação na região palestras em escolas das comunidades que se tornaram alvo da Arco de Fogo. Num novo enfoque, criou o Programa de Neutralização, destinado a repor à natureza o carbono emitido em função de suas atividades. Foram plantadas cerca de 27 mil mudas este ano, para corrigir as emissões de 2007.


Fonte: Gazeta Mercantil

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais