POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Beira-Mar ainda pode vir a MS

31/03/2003

Beira-Mar ainda pode vir a MS Acusado de ser o mandante da morte de João Morel, executado na Máxima de Campo Grande em janeiro de 2001, o traficante Fernandinho Beira-Mar terá que ser submetido a júri popular no Fórum de Campo Grande. Por coincidência ou estratégia, o depoimento do narcotraficante carioca, no qual diz que conhecia João Morel mas não tinha motivos para arquitetar sua morte, chegou a Campo Grande na quarta-feira, um dia antes que fosse transferido de Presidente Bernardes (SP) para Maceió (AL). Mesmo não havendo data marcada para o julgamento, que só pode ocorrer com presença do réu, ressurge a possibilidade, agora legal, de que Beira-Mar venha para a Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande.

O narcotraficante Luiz Fernando da Costa, vulgo Beira-Mar, preso desde a última quinta-feira em Maceió (Alagoas), poderá ser trazido a Campo Grande para julgamento no Tribunal do Júri. Ele é apontado como mandante do assassinato de João Morel, ocorrido em janeiro de 2001, no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima. A execução foi assumida por Odair Moreira da Silva – o Marreta.
Com Odair Moreira também foram denunciados, como co-partícipes, Welverlon Santi Lopes Ferreira, na época foragido da Colônia Penal Agrícola de Campo Grande; Marcos Rogério de Lima, o Rogerinho; Luiz Marcos Silva dos Santos, o Francês; Luiz Carlos da Silva, o Charles; José Evanilson Melo da Silva, o Trinta e Sete ou James; Maurinho (ou Maurin) de Tal.
O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Campo Grande. Apesar de o crime ter ocorrido em 2001, o depoimento de Beira-Mar sobre a acusação que pesa contra ele só foi colhido momentos antes de sua saída do Presídio de Bangu I (RJ). O interrogatório do traficante só foi juntado ao processo na semana passada, quando se cogitava a sua vinda para Campo Grande.
Apesar de as autoridades judiciárias não darem informações sobre o caso, há previsão de que o julgamento de Odair Marreta, que ainda se encontra preso na Capital, ocorra no final do semestre. Ao que se sabe, ainda não há uma definição de data quanto a um possível julgamento de Beira-Mar perante o júri popular campo-grandense.

Execução
João Morel, até então apontado como um dos chefes do tráfico de maconha na região de Capitán Bado, no Paraguai, mantinha estreitas ligações com Beira-Mar, entretanto o relacionamento deles acabou se rompendo, transformando-se em inimizade. As acusações são de que Morel teria dado um golpe no traficante carioca. Por conta dessa rivalidade, no final de 2000, dois filhos de João Morel foram assassinados na região de fronteira. No dia 21 de janeiro de 2001, às 8h30min, foi a vez de João Morel perder a vida. O crime aconteceu no interior da cela 38, do pavilhão I, do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, onde o detento Odair Moreira Marreta teria aplicado diversos golpes de chuços (facas artesanais) contra Morel, matando-o.

Circunstâncias
Segundo o Ministério Público, no dia da execução aconteceriam visitas nas celas dos pavilhões I e II da Máxima, razão pela qual as celas estavam abertas a fim de que os detentos se preparassem parta receber os familiares.
Como João Morel teve dois filhos assassinados e havia feito uma cirurgia na coluna, ficou dentro de sua cela, certamente para se precaver. Afirmava-se que as mortes se dariam para “queima de arquivo” ou vingança e que Morel era o próximo da lista, dadas as suas ligações com o crime organizado de tráfico de entorpecentes.
Odair Marreta teria entrado na cela 38 sem anunciar, supostamente para buscar uma peça de roupa, gerando, com isso, um motivo para que João Morel reclamasse do seu comportamento, o que acabou acontecendo. Tanto que após as reclamações da vítima, Marreta sacou o chuço que trazia na cintura e efetuou pelo menos 11 golpes contra o outro detento, principalmente no pescoço, tórax e costas.
Da Redação

Correio do Estado

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