Policiais repudiam proposta que favorece apenas delegados
Agentes das polícias Civil e Federal promovem um manifesto hoje em todo o estado de Mato Grosso do Sul. Os serviços dessas instituições foram parcialmente suspensos. Os policiais protestam contra uma proposta que tramita em Brasília desde 2006 e que prevê ajustes salariais aos delegados e excluem do plano os agentes no plano.
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional), que favorece apenas os delegados foi criada pelo deputado federal Arnaldo Farias de Sá, do PTB paulista. Sá é delegado da Polícia Federal.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso do Sul, Jorge Luiz Ribeiro Caldas da Silva, a PEC do parlamentar quer equiparar os salários dos delegados da PF com a dos procuradores do MPF (Ministério Público Federal) e a dos delegados da Polícia Civil, com as remunerações pagas aos promotores dos Ministérios Públicos estaduais.
Se aprovada a idéia, um delegado da PF, que recebe hoje salário mensal de R$ 16 mil, passaria a ganhar R$ 23 mil. Um agente da PF recebe R$ 6,8 mil mensais.
Já um delegado da Polícia Civil em MS, que recebe salário de R$ 7.5 mil, teria o salário reajustado para R$ 13 mil. O salário de um agente da Polícia Civil gira em torno de R$ 1,7 mil.
O sindicalista acha que a PEC beneficia apenas o delegado e aponta uma outra situação negativa, onde os agentes, segundo ele, são novamente penalizados.
Concurso
Caldas da Silva citou como exemplo o concurso público da PF para o ano que vem, quando serão contratados 650 delegados e 600 agentes.
O sindicalista disse que o concurso deveria abrir ao menos 1,2 mil vagas para os agentes. Aqui em MS, segundo ele, a PF possui um efetivo de 400 agentes e o número ideal seria 600.
Caldas Silva disse ainda que o sindicato já comunicou os parlamentares do Estado que atuam em Brasília para informar que é contrário a PEC do deputado paulista.
Ele contou também que se a bancada sul-mato-grossense apoiar a proposta, os nomes dos políticos serão expostos em locais públicos. “Somos totalmente contrários a essa proposta e já avisamos a bancada”.
Efetivo
Já o presidente do Sindicado dos Policiais Civil, Paulo Flávio Arruda, disse que além do baixo salário, a instituição possui um efetivo reduzido. Ele acha que o salário de um agente deveria alcançar ao menos R$ 4 mil. “É revoltante, hoje o salário de um agente representa 24% do salário de um delegado. E com essa PEC, a distância aumenta bem mais”.
Flávio Arruda cobra ainda uma promessa do governador André Puccinelli, que tinha garantido a categoria que assim que anunciasse aumento salarial aos professores, também cuidaria do reajuste dos policiais. “Além de não disponibilizar o reajuste, as promoções na Polícia Civil estão atrasadas”, reclama o sindicalista.
Ao menos cem policiais se juntaram nesta manha na rua Fernando Luiz Fernandes, na Vila Sobrinho, num trecho próximo ao prédio da superintendência da PF.
Eles fixaram faixas e discursaram contra a PEC. Os sindicalistas disseram que a mobilização dura até às 18 horas e que os serviços essenciais, como guarda de presos, serão mantidos. Amanhã, quinta-feira (11), os policiais retornam às atividades.
Fonte: Midiamax
Por: Celso Bejarano e Jacqueline Lopes
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