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Juiz Odilon recusa promoção para desembargador do TRF

17/11/2008

Juiz Odilon recusa promoção para desembargador do TRF Celso Bejarano

O juiz federal Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal, em Campo Grande, não quis se inscrever na disputa pela nomeação de desembargador do Tribunal Regional Federal, em São Paulo, por achar a capital paulista uma cidade violenta.

Embora a atitude incomum, por regra os juízes podem desprezar a concorrência, que o priorizaria por tempo de magistratura.

Aqui, onde mora desde a década de 80, o magistrado mais antigo do país na esfera da 1ª instância federal, é amparado por escolta diária de ao menos dez policiais federais.

Traficantes prometeram matá-lo por conta de sentenças aplicadas por ele contra o crime organizado.

Não é a primeira vez que Odilon rejeita o plano de promoção que lhe acrescentaria 5% na remuneração mensal, que gira em torno de R$ 20 mil. Ele seria favorecido por antiguidade no posto e poderia ser nomeado membro do Tribunal Federal desde o fim da década de 90.

Há 22 anos na magistratura federal, Odilon de Oliveira disse ter rechaçado a idéia por acreditar que sua ida para São Paulo o distaria da família e tiraria sua tranqüilidade.

“São Paulo é uma cidade violenta, custo de vida alto, tem muito assalto, tiraria meu sossego”, disse ele, que vive sob proteção policial há pelo menos oito anos. A escolta o acompanha aonde ele for, incluindo salão de dança, hobby preferido do magistrado.

O juiz sustentou ainda que “não trocaria” Campo Grande por “cidade nenhuma do Brasil, nem se fosse escolhido o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) [corte máxima do país]”.

“Aqui nasceram meus filhos, meu neto. E mais: não gosto de colegiado, gosto mesmo é da justiça de primeira instância, aonde vou me aposentar”, justificou.

Pelas contas de Oliveira, ele se aposenta daqui dez anos, quando completará 70 anos de idade. Contudo, o magistrado tem tempo de sobra para exigir aposentadoria.

Ele disse que trabalhou na roça dos dez aos 17 anos de idade, período que, segundo ele, sua atuação trabalhista está registrada oficialmente para efeitos de aposentadoria.

Além disso, ocupou cargos de professor universitário, advogado da união, promotor de Justiça, juiz estadual e juiz federal. “São 35 anos de serviço público”. Aposentado, ele disse que planeja escrever livros sobre casos judiciais, crime organizado um deles.

A recusa de Odilon destina a vaga de desembargador do TRF, em São Paulo, ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, condutor do conturbado processo em que o banqueiro Daniel Dantas é acusado de corrupção.

Fonte: Midiamax.

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais