POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


Vinda de Beira-Mar está quase certa, revela juiz

24/03/2003

Vinda de Beira-Mar está quase certa, revela juiz Ao contrário de policiais federais e autoridades estaduais e municipais, o juiz federal Odilon de Oliveira disse, ontem, ser favorável à transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar às celas da superintendência da Polícia Federal de Campo Grande, consideradas por ele como “um caixote de onde não há a menor chance de fuga”. Segundo ele, que foi consultado “extra-oficialmente por autoridades de fora” sobre o assunto, é “quase certa a vinda dele para cá”. O magistrado entende que as autoridades não podem ter medo, o que poderia indicar “respeito ao bandido”.
Ao mesmo tempo em que agentes da Polícia Federal e autoridades estaduais e municipais fazem campanha contra a transferência do narcotraficante Fernandinho Beira-Mar para Campo Grande, o juiz federal Odilon de Oliveira se disse, ontem, favorável à transferência e julgou “quase certa a vinda dele para cá”.
Embora diga não ter informações oficiais e mantenha sob sigilo as que dispõe, disse estar baseado num “conjunto de circunstâncias” para afirmar que a transferência está quase certa.
Como se estivesse começando a preparar e a tranquilizar a população local, Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, garante que as celas da superintendência da Polícia Federal de Campo Grande são “um caixote de onde não há a menor chance de fuga”. E foram estas informações que “passei às pessoas de fora que me consultaram extra-oficialmente sobre o assunto”.
Em função disto, defende, o “Estado precisa colaborar com o Governo federal, que certamente mandará agentes bem armados para reforçar a segurança externa”. Recusar a transferência é “curvar-se e demonstrar respeito demais ao bandido”, alerta o juiz responsável pela condenação de alguns dos maiores narcotraficantes do País, como Pepito, Lucila e Israel Morel, Jair do Couto, Jorge da Mota Graça e outros.
O que não pode ocorrer, ressalta, a transferência de Beira-Mar para um presídio estadual, “de onde fugiria ou seria morto pelos traficantes ligados à família Morel ou do Líder Cabral”, alerta.
Odilon de Oliveira lembra, ainda, que nem o prefeito, André Puccinelli – que desde quinta-feira está veiculando pronunciamento contrário à transferência – nem o governador José Orcírio têm competência legal para impedir a transferência para o prédio de um órgão público federal. Lei estadual também é inválida neste caso, garante.

Indícios
A informação de que Beira-Mar seria transferido para Campo Grande, no final deste mês, surgiu na última quinta-feira, através de nota divulgada pelo sindicato dos policiais federais. O sindicato, que nunca tinha se manifestado publicamente sobre qualquer questão de segurança em Campo Grande, mostrou-se radicalmente contra.
No mesmo dia, o governador José Orcírio recebeu telefonema do ministro da Justiça, Márcio Thoma Bastos, convocando-o para uma reunião em Brasília. Ainda na quarta, integrantes do Exército, Polícia Federal e Secretaria de Estado de Segurança Pública passaram a tarde toda reunidos. Todos negaram de imediato que o assunto Beira-Mar estivesse em pauta.
Um dia antes, na terça-feira, o segundo homem na hierarquia nacional da PF veio a Campo Grande e recomendou reforço no sistema de vigilância eletrônica do setor de custódia da superintendência.
Neri Kaspary


fonte: Correio do Estado

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais