Policiais abrem XIII Conapef
Policiais federais de norte a sul do Brasil acompanharam na noite desta segunda-feira, 25, a abertura oficial do XIII Congresso Nacional dos Policiais Federais. Duas conferências, dos ministros da Justiça Tarso Genro e o ministro da Advocacia-Geral da União, José Antônio Dias Toffoli, abordaram temas para a Polícia Federal no Século XXI. O Diretor Geral da Polícia Federal, Luis Fernando Correa saudou os presentes e falou sobre o trabalho de modernização da PF.
Eram quase 8h30min da noite quando os ministros chegaram ao Salão Azul do Hotel Nacional. Uma exposição de fotos retratando as principais mobilizações dos policiais federais ao longo dos 18 anos de existência da Fenapef já davam mostra de que a noite não seria só de tapinhas nas costas. E não foi.
Logo depois da apresentação de um vídeo sobre a história da Federação coube ao presidente da Fenapef, Marcos Vinício Wink fazer a abertura oficial do Congresso. Wink saudou um a um os convidados e elogiou especialmente o papel do ministro Tarso Genro na defesa da Polícia Federal e seus quadros, mas não ficou só nisso.
Num pronunciamento forte o presidente cobrou implementação da carreira única e o fim do inquérito policial. Conforme ele, juristas como Nabor Bulhões defendem a constitucionalidade da carreira dentro de Polícia Federal. “O desafio dos senhores e levar isso adiante, porque a Polícia Federal não tem dono ela é da sociedade brasileira”, frisou Wink aos ministros e ao diretor-geral. O presidente defendeu que a polícia precisa ser estruturada em uma ciência policial e não na ciência jurídica.
O inquérito policial também foi alvo das críticas do presidente da Federação. Wink lembrou ao plenário declaração dada pelo diretor-geral ao Jornal Estado de S. Paulo de segunda-feira, 25, onde ele afirma que não irá condenar a massa crítica (novos delegados) "com alta qualificação a ficar no corredor tocando inquérito". Wink disse que não é justo condenar ninguém a ficar trabalhando para tocar inquérito: "nem delegados, nem agentes, nem escrivães, nem papiloscopistas nem peritos". Por fim ele salientou que o governo do presidente Lula tem que dar um basta a este instrumento medieval.
O Diretor Geral da Polícia Federal, Luis Fernando Correa
Luis Fernando Correa, por sua vez pregou o enfrentamento do debate interno e a pacificação da polícia. Ele ressaltou que sua gestão à frente do Órgão está sendo Marcada por um conceito forte de gestão que prepara a PF do futuro. “Estamos cumprindo nosso papel institucional e neste contexto o debate de posições é legítimo e deve contribuir para a harmonia interna”, disse.
CHANCELA – O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) José Antônio dias Toffoli assinou embaixo das palavras do presidente da Federação contra o IPL. Para o ministro, que foi um dos principais assessores das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “O inquérito não funciona e precisa ser mudado”.
O ministro da AGU disse que o IPL é feito para não funcionar protegendo as camadas endinheiradas da sociedade. Ele pregou a reestruturação do sistema processual penal brasileiro fazendo com que, cada vez mais, todos sejam iguais perante a lei.
O advogado-geral da União, no entanto, disse que durante o governo Lula a Polícia Federal teve avanços importantes tanto do ponto de vista salarial quanto do ponto de vista da sua autonomia. “Isso está sendo fundamental para que a Polícia Federal cumpra hoje seu papel junto a sociedade”.
A conferência do ministro da Justiça, Tarso Genro focou na Polícia Federal do Século XXI. O ministro pregou uma PF melhor equipada tecnologicamente, que respeite os direitos individuais, pregue os valores democráticos e assegure a soberania nacional. A conjunção desses valores, segundo Tarso, é a síntese da Polícia do futuro.
O ministro da Justiça atacou aqueles que acham que a Polícia Federal é uma espécie de “big brother” que monitora tudo e todos. “A tecnologia nos permite investigar melhor e também termos controle sobre essas investigações”. Tarso Genro ressaltou que a modernização do DPF representa qualificar a investigação que não pode mais ser baseada na confissão. “A Confissão é um meio de prova medieval”, afirmou.
Nesta quarta-feira os policiais iniciam os debates promovidos nos painéis temáticos.
Fonte: Agência Fenapef
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