PF diz que limitará uso de algemas
Para a polícia, no entanto, decisão do STF vai aumentar risco de operaçõe
14/08/2008
Muito a contragosto, a direção da Polícia Federal admitiu ontem que só fará uso de algemas em casos excepcionais, como determina súmula aprovada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo auxiliares do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, a decisão do STF será cumprida, mesmo que a ordem se contraponha ao Manual de Planejamento Operacional instituído ano passado depois de longos estudos da própria polícia.
Para a polícia, a decisão do STF vai aumentar os riscos das grandes operações e facilitar a corrupção. Os policiais acham que todo e qualquer preso tem que ser algemado, independentemente do crime que tenha cometido, classe social que pertence, da idade ou da ficha criminal que ostenta.
Delegados e agentes entendem que a algema é um instrumento de segurança para os policiais que participam das operações e também para os próprios presos. Para a polícia, o anúncio de uma ordem de prisão tem forte impacto psicológico e torna praticamente imprevisível a reação de qualquer pessoa que esteja sendo presa.
Muitos ficam profundamente abatidos e não conseguem esboçar reação alguma. Outros têm gestos intempestivos.
Adolescente se jogou da janela ao ser preso Não faz muito tempo, um adolescente se jogou da janela do apartamento onde morava com os pais no Rio de Janeiro logo depois de saber que seria preso numa investigação sobre pedofilia na internet. Segundo um delegado, os policiais que estavam na operação não quiseram algemar o rapaz diante dos pais e, numa fração de segundo, ele teria escapado cometendo suicídio.
A polícia também tem uma coleção de casos de presos que, mesmo algemados, tentaram arrancar armas de agentes para tentar fugir. Delegados entendem também que o uso discricionário, e não mais universal, de algemas facilita a atuação de policiais corruptos
Fonte: O Globo
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