Reajuste de servidores deve ficar em 2,35%
18/3/2003
BRASÍLIA. Na primeira reunião entre o Ministério do Planejamento e a Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais (Condsef), realizada ontem, o governo avisou que o reajuste dos servidores públicos federais dificilmente vai ultrapassar o índice de 2,35%.
O secretário de Recursos Humanos do ministério, Luís Fernando Silva, disse que o governo vai analisar até a semana que vem se esse índice pode chegar a 4%, como prevê o Orçamento da União. Mas adiantou que acha pouco provável que ultrapasse os 2,35%.
De acordo com o secretário, se o índice aplicado fosse de 4%, as categorias que tiveram algum tipo de ganho salarial nos últimos anos — como produtividade, por exemplo — não seriam beneficiadas.
— Cerca de 60% dos servidores ficariam de fora porque já tiveram algum tipo de aumento — explicou ele.
O reajuste de 2,35% será linear, ou seja, vai beneficiar os 1,1 milhão de servidores federais do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, inclusive os aposentados. Depois da confirmação do percentual do aumento serão realizadas plenárias nos estados, para decidir a aceitação ou não do índice proposto pelo governo.
Os sindicalistas reafirmaram que, se o projeto de reforma da Previdência Social entrar na pauta de votação da Câmara, os servidores vão entrar em greve.
As entidades sindicais apresentaram ontem a pauta de reivindicações da categoria, e também decidiram com o governo a criação de quatro grupos para discutir outros assuntos, além do PL 9: recomposição salarial de 46%, cumprimento dos acordos de greve firmados no governo Fernando Henrique Cardoso e a incorporação das gratificações aos salários.
— O encontro foi bom, o governo sinalizou positivamente em alguns aspectos — disse Vicente Neto, representante da Federação de Sindicatos das Universidades Brasileiras (Fasubra).
Evandro Éboli
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