STF autoriza extradição de Abadia; agora depende de Lula

UOL

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), por unanimidade, decidiu nesta quinta-feira (13/3) conceder extradição para os Estados Unidos ao traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía. Preso em agosto do ano passado pela operação Farrapos, da Polícia Federal, ele é acusado de comandar a maior quadrilha de tráfico internacional de entorpecentes já existente.

A decisão final sobre a extradição cabe ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, já havia se pronunciado pela concessão.

Nos Estados Unidos, Abadía não poderá ser condenado a uma pena superior a 30 anos (fruto do tratado de extradição com o Brasil) e terá direito a uma negociação prévia, que poderá reduzir sua pena em troca das informações que possui sobre o tráfico.

Ordem de prisão preventiva expedida pela Corte Distrital dos EUA para o Distrito Oeste de Nova York atribui a Abadía diversos crimes: “empreendimento criminoso continuado”, “conspiração para possuir com intenção de distribuir cocaína”, “conspiração para importar cocaína”; de “conspiração para distribuição internacional” e de “conspiração para lavagem de dinheiro”. Nesta tarde, o relator do pedido, ministro Eros Grau, concedeu o pedido, com a condição de que os Estados Unidos comutem a pena perpétua para a de privativa de liberdade de no máximo 30 anos, assim como prevê a legislação brasileira (Entenda).

Os ministros levaram em conta ainda os argumentos da defesa, de que o gasto de recursos públicos para a manutenção de um preso como Abadía no Brasil é muito alto, cerca de R$ 30 a 40 mil, cada vez que ele tem de ser deslocado para uma audiência. O caso Abadía está detido desde 11 de agosto em Mato Grosso do Sul. Ele já prestou depoimento ao juiz Fausto Martins de Sanctis, da 6ª Vara Criminal, no qual confessou os crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

O esquema teria movimentado mais de US$ 1,5 bilhão e ocasionado cerca de 300 mortes, pelas quais ele responde a processo. Além disso, teria infiltrado em território norte-americano mais de 1.000 toneladas de cocaína. Um dos principais líderes do Cartel Vale Del Norte, da Colômbia, ele é acusado de lavagem de dinheiro de cerca de US$ 9 milhões arrecadados com o tráfico. Além disso, é acusado de formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção ativa.

O megatraficante foi preso enquanto dormia, em uma mansão na Aldeia da Serra, em São Paulo, no dia 7 de agosto. Ele vivia com a mulher e havia feito cirurgia plástica para fugir da polícia.

Fonte: Midiamax

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