Esquerda do PT encampa briga de servidores por reposição
18/2/2003
BRASÍLIA - Uma caravana de deputados do PT ligados às correntes de esquerda vão levar hoje apoio à plenária dos servidores públicos federais, que lançam amanhã sua campanha salarial nacional. Além de exigir o reajuste de 4% previsto na lei orçamentária, as entidades sindicais querem que o governo Luiz Inácio Lula da Silva comece a repor as perdas salariais da categoria e arquive o Projeto de Lei Complementar nº 9, que regulamenta a previdência complementar do funcionalismo, e é apoiado pelo ministro Ricardo Berzoini.
"Não vamos aceitar que os servidores sejam usados mais uma vez como bode expiatório", disse ontem o deputado João Batista Babá, um dos mais críticos às propostas do governo do PT. O ministro do Planejamento e Orçamento, Guido Mantega, ainda não se manifestou sobre quanto será o reajuste dos servidores em 2003, mas técnicos de sua área têm trabalhado com uma projeção de apenas 2,5%.
Na programação financeira divulgada na semana passada, o governo ampliou em R$ 1,9 bilhão a previsão de despesas com pessoal aprovada pelo Congresso, que já embutia 4% de reajuste, porém justificou a medida como sendo um ajuste pelos efeitos dos aumentos concedidos no segundo semestre de 2002.
Decisão
A decisão final sobre o reajuste deve ocorrer apenas em março, juntamente com a decisão sobre o novo valor do salário mínimo. Hoje a folha do funcionalismo, incluindo os aposentados, chega a R$ 75 bilhões anuais e um aumento de 4% custaria cerca de R$ 3 bilhões. "Não quero acreditar que o governo vá ceder apenas 2,5%, porque isso vai provocar um escândalo nacional", disse o deputado Babá.
De acordo com ele, o documento aprovado pela Confederação Nacional dos Servidores também defende a manutenção das aposentadorias integrais, um dos princípios que o PT sempre defendeu e agora está tentando derrubar na sua reforma previdenciária.
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