Presidente da FENAPEF fala sobre a greve-paralisação na PF
O Presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais-FENAPEF, Francisco Carlos Garisto, ao falar sobre o anúncio de greve-paralisação que estará ocorrendo na Polícia Federal no próximo dia 7, por decisão soberana das Assembléias Gerais desses Estados, informou que “os estados e suas assembléias são soberanos para decidirem sobre greve ou qualquer outro movimento sindical e não são subordinados à Fenapef, já que estatutariamente gozam de autonomia total”.
Garisto afirmou que a idéia do GERC de convidar todas as entidades que compõem o DPF foi uma idéia sua e que teve como finalidade acabar com a falta de diálogo existente entre a Fenapef e o Governo Federal, assim como com a Direção Geral da PF. “Falta de diálogo ocasionada pelo resultado do confronto travado durante a greve de 2004. Esse confronto foi efetuado por todos os sindicatos que participaram da greve e não só pela Fenapef, o que é normal em uma greve de 59 dias”, afirmou ele.
De acordo com o presidente, o GERC teve sua criação aprovada em assembléia da Fenapef e a permanência da Fenapef nele foi votada e aprovada por diversas vezes pela maioria esmagadora dos sindicatos que integram a Fenapef.
Segundo ele, a Fenapef sabe que as negociações advindas através do GERC com o governo federal ainda não deram os resultados esperados por todos, mas também entende que essas mesmas negociações ainda não encerraram e todos podem ter a certeza absoluta que ela será a primeira a indicar que as negociações fracassaram, o que ainda não é o caso.
“Com a Fenapef no GERC, conseguimos fazer com que o ministro da Justiça e o diretor geral da PF entendessem que o momento da revisão salarial havia chegado e essas autoridades assumiram para si a responsabilidade dessa negociação por vontade expressa para todo o grupo”, disse Garisto.
“Achamos sim que as negociações já se arrastam a mais tempo do que devia. Achamos sim que alguns setores do governo federal fazem de tudo para que os nossos pleitos legais não sejam atendidos, mas hoje, o ministro da Justiça e o diretor geral também sabem disso e estão lutando contra essas pessoas com toda a força política que possuem”, afirmou.
Para Garisto, não se sabe se a greve-paralisação nesse momento pode ajudar para um desfecho favorável – “Sabemos sim, com a absoluta certeza, que poderá atrapalhar, já que não vislumbramos a participação do ministro da Justiça e diretor da PF nas negociações com o advento da greve, já que com ela iremos para a vala comum da negociação de greve com o gabinete de crise e aí, talvez depois de uma greve vencedora politicamente, estaremos aptos a voltar com as negociações que hoje já estamos fazendo”.
“Não podemos ser contra a greve de sindicatos filiados. Não podemos ser adversos aos nossos irmãos, mas podemos e devemos alertá-los para os resultados da mesma”. Ainda de acordo com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, as negociações ainda não acabaram em definitivo, mas poderão acabar se a greve-paralisação realmente acontecer.
Ele disse ainda que não sabe dizer com exatidão se o caminho diante da atual situação seja a greve, mas afirmou que ela é o instrumento legal de todo o sindicalismo nacional, porém, deve ser usada somente no último e derradeiro estágio de uma negociação, já que “Entrar em greve é fácil e instantâneo, o difícil é sair dela”.
O presidente registrou ainda que esse governo é formado por grevistas efêmeros e que não acredita em um resultado real a curto prazo, salientando que várias categorias já tentaram suas metas através desse instrumento legal e não foram bem sucedidos, mas que, em um estágio final, onde a categoria policial federal não seja definitivamente atendida, e onde as negociações estejam oficialmente encerradas, ela DEVE ACONTECER – “Mas não para ganhar algo que não darão, mas fazer com que o governo perca também algo que quer”. afirmou..
Garisto concluiu dizendo que sabe das críticas severas que está recebendo, mas sabe também que está com a sua consciência tranqüila de que está fazendo e tentando o melhor para toda a categoria funcional da PF – “Um dirigente sindical não pode temer os resultados de um trabalho sério e coletivo, já que ser oposição sempre foi mais fácil e cômodo para todos que não possuem o comando de ter a obrigação de tentar sempre”.
Fonte: Agência Fenapef
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