POLÍCIA FEDERAL
ORGULHO NACIONAL


SINPEF/MS presta solidariedade ao SINPEF/RS e divulga sua NOTA OFICIAL

08/02/2003

SINPEF/MS presta solidariedade ao SINPEF/RS e divulga sua NOTA OFICIAL NOTA OFICIAL

ALERTA À OPINIÃO PÚBLICA

O Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (SINPEF/RS) vem a público expor o grave momento vivido pela Polícia Federal, em especial pela sua representação em nosso Estado, denunciando alguns absurdos que acarretam sérios prejuízos à coletividade já tão agredida pelos males que assolam a família brasileira:

DENÚNCIA

a) O Rio Grande do Sul, segundo matérias publicadas pela imprensa nacional, é o Estado campeão no uso de drogas pelos jovens. Enquanto isso, a Delegacia de Entorpecentes ocupa uma velha casa de madeira, repleta de ratos, que teve a garagem desabada depois de uma tempestade. São dezenas de pessoas dispondo de apenas um precário banheiro. As operações estão paradas e os policiais sem poder cumprir suas obrigações;

b) A população precisa saber que as contas da Polícia Federal, como telefones, xerox, prestadores de serviços, estagiários, só são pagas quando o Sindicato denuncia, expondo o órgão a desgastes desnecessários e vexatórios. Que as viaturas estão sem gasolina e os fornecedores sem receber, causando grande constrangimento. Que no ano passado, em algumas unidades da federação até fornecedores de alimentação para presos tiveram dificuldade de receber seus pagamentos e tiveram de ameaçar cortar o fornecimento;

c) Viagens ou deslocamentos para cumprimento de missões importantes e decisivas são realizadas com servidores pagando as despesas do próprio bolso, chegando ao ponto de solicitarem empréstimos bancários para atendimento de seus gastos. Que até tinta para impressoras de computadores da polícia o Sindicato se vê obrigado a bancar. Esse desprendimento tem um limite e não pode continuar;

d) Importantes projetos foram desativados no interior do Estado. Operações foram abandonadas e o resultado de tudo isso é o crime se alastrando e marginais cada vez mais ousados, tentando implantar no Rio Grande do Sul exemplos inaceitáveis, como o denunciado recentemente pela imprensa que dá conta de bandidos impedindo cidadãos de saírem de suas casas;

e) A Superintendência no Rio Grande do Sul ocupa há mais de quarenta anos um prédio totalmente deteriorado e inadequado para a atividade policial. Através da intervenção do SINPEF/RS, foi cedido para a Polícia Federal um prédio, que inicialmente seria leiloado, com instalações que atenderiam as atuais necessidades. Para tristeza de toda categoria, não há verba suficiente para as devidas adaptações e nem uma definição quanto à mudança.

JUSTIFICATIVA

A exposição da chaga, embora desagradável, é sempre um dever ético. Não se constrói um país com esse estado de coisas. Não se pode fazer uma polícia do faz-de-conta. O Brasil depende, e muito, da qualidade de suas polícias.

É com tristeza que os policiais federais trazem essa realidade a público, pois prezam sua Instituição. Não estão reivindicando aumento de salário e nenhum tipo de vantagem pessoal. Querem trabalhar. Fizeram um concurso público, foram preparados para prestar um bom serviço, e a Instituição tem condições para tal, pois a Polícia Federal do Brasil é reconhecida internacionalmente pela qualidade de seus quadros.

Deixa-se claro que a capacidade de indignação da categoria continua intacta, não concordando com os que dizem que o país “é assim mesmo”. Há que ter uma saída.

APELO

Essa indignação não pode se transformar numa mosca sem asas, sem condições de ultrapassar a janela da nossa casa. Por isso, os policiais federais apresentam essa denúncia à sociedade no sentido de conseguir meios para que a Polícia Federal possa prestar o serviço previsto na Constituição, pois se existe um sopro de renovação e esperança, a segurança de nossas famílias e do nosso patrimônio tem de ocupar um lugar privilegiado em qualquer política de investimentos e prioridades. E apelam para que as autoridades judiciárias, Ministério Público, políticos, tomem uma providência exigindo que a situação seja normalizada e, principalmente, para que a imprensa dê publicidade a esses descalabros e faça com que todos tomem conhecimento do que está acontecendo.

Chega de ouvir que nossos jovens estão sendo dominados pela droga, que dinheiro falso está circulando, que o contrabando está infestando nossas cidades e destruindo a nossa indústria, o nosso comércio e o emprego do nosso povo. Que os ladrões e vendilhões da Pátria estão mandando milhões de dólares para o exterior, enquanto o nosso presidente precisa dizer ao mundo que o nosso povo passa fome.

Por último, a administração local da Polícia Federal tem que abandonar a política do “deixa como está para ver como é que fica” e tomar atitudes firmes, deixando de lado as promessas e a arrogância, usada constantemente para encobrir a incompetência, sob pena de inviabilizarem sua administração que até agora não sabemos a que veio. Já o novo governo não pode esquecer que a sociedade está vigilante. Não adiantam boas intenções, pois se a intenção é importante, a disposição é fundamental e a realização, essencial.

Porto Alegre, 05 de fevereiro de 2003

A Diretoria.

SINPEF-RS

O SINPEF/MS defende os direitos dos policiais federais