Servidor ganha com a reforma (4)

Os servidores federais estão com medo das mudanças e já começa a surgir nas repartições públicas uma corrida à aposentadoria. Os que já têm tempo suficiente para se aposentar não vão esperar pela reforma – e até os que ainda não completaram todos os anos exigidos para passar à inatividade com proventos integrais cogitam pedir a aposentadoria proporcional.

Julio Cesar Madeira é técnico do Banco Central há 25 anos e teme que, em sete, prazo que falta para se aposentar, não consiga, por meio de um fundo de pensão do Governo, garantir sua aposentadoria com valor equivalente ao de seu salário da ativa. “Mesmo com a regra de transição, que ainda está sendo discutida pelo Governo, posso ser prejudicado por estar perto da minha aposentadoria. Não tenho como aumentar a minha contribuição”, disse Madeira.


Data da mudança é limite para direito adquirido


O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, já afirmou que os servidores não precisam se preocupar, porque os anos de contribuição de cada um serão levados em consideração na regra de transição. “Direito adquirido é o acumulado até a data da mudança das regras, quando aprovadas no Congresso Nacional”, garantiu Berzoini.


Não é a primeira vez que os cofres do Tesouro Nacional vão sentir o impacto de novas aposentadorias. Em 1995, primeiro ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, quando também se anunciou uma Reforma da Previdência, executada em parte três anos depois, o número de pedidos de aposentadoria praticamente duplicou. Em 1994, foram concedidas 17.601. Em 1995, o número chegou a 34.253.


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