Beira-Mar fica em Brasília até o final do ano
Depois de três anos e três meses, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, considerado o maior traficante do país, voltou à carceragem da Polícia Federal em Brasília, transferido da penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo).
A Folha apurou que a Superintendência da PF de Brasília será o último local a receber o traficante até sua transferência definitiva para um dos dois presídios federais de segurança máxima que entrarão em funcionamento neste ano -em Catanduvas (PR) ou em Campo Grande (MS).
A transferência resolve um impasse que envolvia o governo de São Paulo, a Justiça e a União. Há duas semanas, a Justiça de São Paulo determinou a saída do traficante do regime disciplinar diferenciado (RDD) que ele cumpria havia mais de dois anos em Presidente Bernardes, onde está o presídio considerado o mais seguro e o mais rigoroso do país.
A legislação diz que um preso pode ficar no RDD até 360 dias -o prazo pode ser prorrogado em caso de nova falta. O prazo de transferência venceu ontem.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que, fora do RDD -que restringe visitas, entre outras coisas-, não haveria motivo para que Beira-Mar permanecesse em São Paulo.
O governo federal chegou a negociar com seis Estados uma transferência, mas acabou decidindo por sua permanência em Brasília até o final do ano.
Beira-Mar foi condenado a 33 anos de prisão. É acusado de lavagem de dinheiro, contrabando de armas e associação para o tráfico internacional. Tem uma condenação de 11 anos, por tráfico de drogas, e outra de 21 anos, por tráfico e formação de quadrilha.
Sua chegada levou à transferência de três presos. Segundo a PF, a retirada dos presos ocorreu por motivos de segurança. Beira-Mar é o único a ocupar, sozinho, uma das 14 celas.
ANA FLOR e CRISTIANO MACHADO
Fonte: Folha de S. Paulo
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